Em 16 de fevereiro de 2002, o político Jader Barbalho foi preso em Belém do Pará. Ele e outras pessoas eram suspeitos de ter participado de irregularidades da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). A prisão só foi possível porque o ex-presidente do PMDB na época não ocupava cargo eletivo. Jader havia renunciado ao cargo de senador em 2001, sob denúncia de desvio de verbas públicas. Se ele ainda fosse senador, não poderia ser preso devido ao foro privilegiado.
Mas Jader obteve um habeas corpus e foi solto no dia seguinte. Em liberdade, o ex-senador e ex-presidente do Congresso Nacional disse ter sido vítima de uma prisão política, comparando sua detenção com as arbitrariedades cometidas pela ditadura militar. Ele alegou que o motivo de sua prisão foi o fato de estar à frente nas pesquisas para o governo do Pará e para as eleições parlamentares.
Em 2014, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma ação penal para investigar o político por peculato e lavagem de dinheiro no caso Sudam. Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, em 2002, Jader contribuiu para que fossem desviados R$ 22,8 milhões do órgão entre 1997 e 2000. A defesa alegou que o crime já havia prescrevido. Também afirmou que não havia prova das acusações. Em 2015, esta e mais cinco ações contra Jader foram arquivadas pelo STF. Isso porque o prazo de prescrição de crimes é contado pela metade para acusados acima de 70 anos.
Jader está na política desde 1966, quando foi eleito vereador em Belém. Ele também já ocupou os cargos de deputado estadual e governador do Pará. Além disso, foi ministro do Desenvolvimento Agrário e da Previdência Social no governo José Sarney.
O político voltou a ser eleito deputado federal em 2002 e 2006 e senador em 2010, apesar de ter sido considerado inelegível pela Lei da Ficha. Jader conseguiu reverter a decisão no STF e ainda ocupa o cargo.
Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil