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10 curiosidades sobre a relação entre cachorros e povos da antiguidade

Por History Channel Brasil em 08 de Setembro de 2020 às 11:20 HS
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Diversas evidências arqueológicas registram a relação milenar entre a humanidade e os cachorros. No sul da França, pegadas de uma criança que caminhou ao lado de um cão há cerca de 26 mil anos foram preservadas na terra da Caverna Chauvet. Em Israel, pesquisadores encontraram uma sepultura de 12 mil anos na qual um homem foi enterrado com seu cão. Confira abaixo 10 curiosidades sobre a relação entre esses animais e povos da antiguidade:

 

Companheiros de divindades na Mesopotâmia

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Osama Shukir Muhammed Amin (CC BY-NC-SA)

Na Epopeia de Gilgamesh, a obra literária mais antiga do mundo, escrita na Mesopotâmia há cerca de 4 mil anos, os cães desempenham um papel importante: eles são companheiros de uma das divindades mais populares da região. No texto, a deusa Innana (Ishtar) é retratada viajando com sete cães de caça premiados encoleirados. Estudos indicam que a coleira de cachorro provavelmente surgiu na Suméria por volta de 3300 a.C.


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Persas ensinavam como tratar os cães

Os antigos persas também associavam cães à divindade. As escrituras zoroastrianas conhecidas como Avestá contêm uma seção que descreve detalhadamente os aspectos benéficos dos cachorros, ensina como eles devem ser tratados e relata as penalidades para quem abusar de cães. Segundo o texto, o modo como alguém trata um cachorro trará consequências na vida após a morte. Como eles acreditavam que os cães protegiam a ponte entre o mundo dos vivos e o dos mortos, a pessoa não chegaria ao paraíso caso maltratasse um desses animais. 

 

O cão que entrou no paraíso na Índia

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Domínio Público, via Wikimedia Commons

A Índia antiga era outra civilização que prezava os cachorros. A raça de cães Pária Indiano, que ainda existe hoje, é considerada por muitos pesquisadores como a primeira verdadeiramente domesticada da história. Um desses cães aparece na grande obra épica Mahabharata (escrita por volta de 400 a.C.). Uma das lendas contadas no livro trata de um rei que morre mas é impedido por um guardião de entrar com seu cão no paraíso. Ele afirma que prefere então ir para o inferno. É quando o guardião revela que aquela era uma prova para testar seu caráter, liberando a entrada do rei e de seu fiel companheiro no paraíso.

 

Protetores de faraós do Egito

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Museu Britânico, via Wikimedia Commons

No antigo Egito, o cachorro estava relacionado a Anúbis, um deus-cão-chacal. Essa divindade guiava os mortos até o Salão da Verdade, onde suas almas seriam julgadas pelo grande deus Osíris. Os cães domesticados eram enterrados com grande cerimônia no templo de Anúbis em Saqqara. Os egípcios acreditavam que esse ritual ajudaria os cães a viajarem para o além, onde suas almas permaneceriam vivas. Pinturas encontradas na tumba de Ramsés, o Grande, retratam o faraó com seus cães de caça. Os cachorros eram freqüentemente enterrados com seus donos para fazer companhia a eles na vida após a morte.

 

Entre deuses e reis na Grécia

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Aviad Bublil (CC BY-SA)

Na Grécia antiga, os cães eram criados para companhia, proteção e caça. Os cachorros aparecem na literatura grega clássica na figura do cão de três cabeças Cérbero, que protegia os portões do Hades. Assim como na Suméria antiga, na Grécia o cão era associado a divindades femininas, pois tanto a deusa Ártemis quanto Hécate eram donas de cachorros. Cães também são citados em um diálogo da República, uma das principais obras de Platão. Provavelmente o cão mais famoso da Grécia antiga foi Argos, o amigo leal do Rei Odisseu de Ítaca na Odisséia, de Homero.

 

Protetores de ameaças sobrenaturais em Roma

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WolfgangReiger (Domínio Público), via Wikimedia Commons

Na Roma antiga, o cachorro era visto da mesma maneira que na Grécia. O conhecido mosaico Cave Canem (Cuidado com o cachorro), em Pompeia, mostra como os romanos já criavam cães de guarda. De acordo com a tradição, os cães protegiam as pessoas não apenas de animais selvagens e ladrões, mas também de ameaças sobrenaturais.

 

Caça e companhia na China

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Alfred Correya (CC BY-NC-SA)

Junto com os porcos, os cães foram os primeiros animais a serem domesticados na China, há cerca de 15 mil anos. Eles eram criados para a caça e companhia. Além disso, eles também eram usados para alimentação e oferecidos em sacrifícios. Várias esculturas antigas em jade retratam cachorros.

 

Maias e os cães nadadores

Os maias tinham uma relação com os cães semelhante à dos chineses. Eles eram criados para caça, proteção e companhia mas também eram usados como fonte de alimentos. Além disso, eram associados aos deuses. Como os cães eram considerados grandes nadadores, acreditava-se que eles conduziam as almas através das águas do submundo de Xibalba. Assim que a alma partia, o cachorro servia de guia para ajudar os mortos a chegar ao paraíso.

 

Astecas e o respeito aos cachorros

Os astecas também consideravam o cão como um guia para a vida após a morte. Os cachorros também estão presentes na mitologia daquela civilização. De acordo com uma lenda, os cães são anteriores à raça humana e, portanto, devem ser tratados com respeito, da mesma forma que se trataria um idoso. Os astecas também enterravam cães com seus mortos e seu deus da morte, Xolotl, era representado como um cachorro enorme.

 

Celtas, Nórdicos e os cães semidivinos

Os cães também eram associados à vida após a morte, proteção e cura nas culturas celta e nórdica. Nehalennia, a deusa celta germânica da cura e da prosperidade, é frequentemente retratada na companhia de um cão. Os próprios cães são considerados semidivinos. Na cultura escandinava nórdica, os cães eram associados à divindade através da deusa Frigg, esposa de Odin, que é frequentemente retratada em uma carruagem puxada por cachorros.

 


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Fonte: Ancient History