Fóssil de nova espécie revela segredos sobre a evolução dos pterossauros
Pesquisadores anunciaram a descoberta de uma nova espécie de pterossauro que viveu há cerca de 178 milhões de anos. O achado, feito na província de Chubut, na Argentina, surpreende por revelar características avançadas de pterodactiloides em um fóssil 15 milhões de anos mais antigo que os parentes mais conhecidos desse grupo. Um estudo descrevendo o animal foi publicado no periódico Royal Society Open Science.
Melkamter pateko
O Melkamter pateko, como foi batizada a espécie, foi identificado em um ambiente terrestre, distante da costa. Enquanto a maioria dos pterossauros jurássicos conhecidos viviam em regiões marinhas e se alimentavam principalmente de peixes, esta espécie parece ter habitado áreas interiores e se alimentado de insetos. "É possível que uma especialização inicial em presas altamente móveis, como insetos voadores, tenha contribuído para o sucesso evolutivo dos pterodactiloides", disse Alexandra Fernandes, pesquisadora da Coleção Estatal Bávara de Paleontologia e Geologia e primeira autora do estudo.
A nova espécie reforça a ideia de que os pterodactiloides podem ter se originado em ambientes continentais, diferentemente do que indicam fósseis encontrados no Hemisfério Norte, predominantemente de áreas marinhas. "Este achado destaca não apenas o quanto ainda sabemos pouco sobre os pterossauros do Hemisfério Sul, mas também o potencial que esses continentes têm para aprofundar nosso entendimento da evolução dos pterossauros", acrescentou Fernandes.
Os pterossauros foram os primeiros vertebrados a desenvolver voo ativo, surgindo há cerca de 230 milhões de anos, aproximadamente 80 milhões de anos antes das primeiras aves. Essas criaturas utilizavam uma membrana alar sustentada principalmente pelo quarto dedo das mãos, que era fortemente alongado, para voar batendo as asas.
Ao longo de sua evolução, as capacidades de voo dos pterossauros se aprimoraram. As formas mais antigas possuíam asas curtas e caudas longas, mas a subgrupo mais avançado, os pterodactiloides, apresentava asas mais finas e alongadas e caudas reduzidas. Este grupo incluía os maiores animais voadores que já existiram, como o Quetzalcoatlus, que alcançava impressionantes 12 metros de envergadura.