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Hominídeos estavam na Europa 500 mil anos antes do que se pensava

Novo estudo revela atividade de ancestrais dos humanos na Romênia há 1,95 milhão de anos, reescrevendo a história
Por History Channel Brasil em 26 de Janeiro de 2025 às 15:49 HS
Hominídeos estavam na Europa 500 mil anos antes do que se pensava-0

Pesquisadores da Universidade de Ohio encontraram evidências de atividade de hominídeos em Grăunceanu, na Romênia, datadas de pelo menos 1,95 milhão de anos. A descoberta redefine a cronologia da presença de ancestrais dos humanos na Europa, empurrando-a 500 mil anos para trás. Até então, os registros mais antigos e confiáveis da região remontavam a 1,4 milhão de anos.

As escavações em Grăunceanu revelaram ossos de animais com marcas que indicam técnicas de abate realizadas por hominídeos. Essas marcas lineares e transversais, consistentes com o desmembramento, foram analisadas por perfilometria óptica 3D e confirmadas como cortes antropogênicos. Essa descoberta, tema de um estudo publicado na revista Nature Communications posiciona o local como o mais antigo indício confirmado de atividade de hominídeos no continente europeu.

Ossos com marcas feitas por hominídeos
Ossos com marcas feitas por hominídeos (Imagem: Nature Communications (2025). DOI: 10.1038/s41467-025-56154-9 (CC BY-NC-ND 4.0))

Os fósseis, datados por meio da técnica de U-Pb de ablação a laser, apresentaram idades mínimas de deposição entre 2,01 e 1,87 milhão de anos, com uma média de 1,95 milhão. Os dados também são respaldados por análises bioestratigráficas e isotópicas que apontam para um ambiente de floresta-estepes com chuvas sazonais intensas e temperaturas moderadas, favoráveis à dispersão de hominídeos.

A presença de espécies como pangolins e avestruzes, típicas de climas quentes, sugere que os hominídeos podem ter aproveitado períodos interglaciais para explorar ambientes temperados e sazonais. A pesquisa reforça a hipótese de que dispersões iniciais para fora da África ocorreram muito antes do que se pensava, desafiando a primazia do sítio de Dmanisi, na Geórgia, como ponto de entrada na Eurásia.

Fontes
Phys.org
Imagens
istock