Um tribunal russo condenava o escritor Fiodor Dostoiévski à pena de morte, em um dia como este, em 1849, por causa do seu suposto envolvimento em um grupo intelectual radical, chamado Círculo Petrachévski. Contudo, quando ele estava diante do pelotão de fuzilamento, no dia 22 de dezembro, recebeu um indulto de última hora e foi enviado para trabalhos forçados na Sibéria, onde ficou por quatro anos. Antes de ser condenado, ele havia escrito dois livros: Gente Pobre (1846, seu primeiro romance), que foi um sucesso, e O Duplo, no mesmo ano, um fracasso.
Após a pena na Sibéria, em 1854 ele trabalhou como soldado na fronteira da Mongólia. Depois, se casou com uma viúva e, finalmente, retornou à Rússia em 1859. No ano seguinte, fundou uma revista e, dois anos depois, viajou para a Europa pela primeira vez. Em 1864 e 1865, sua esposa e seu irmão morreram, a revista foi fechada e Dostoiévski estava repleto de dívidas, quadro que se agravou por conta de seu hábito de jogar. Em 1866, ele publicou Crime e Castigo, uma de suas obras mais populares.
Em 1867, casou-se com uma taquigrafa, e o casal fugiu para a Europa para escapar dos credores. Seu romance Os Demônios (ou Os Possessos, de 1872) foi um sucesso e, então, eles voltaram para São Petersburgo. Em 1880, Dostoiévski publicou Os Irmãos Karamazov, um sucesso imediato, mas ele morreu um ano depois. Considerado um dos maiores romancistas da literatura russa e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos, Dostoiévsk também escreveu grandes obras como Memórias do Subsolo (1864), O Jogador (1867) e O Idiota (1869).
Imagem: [Public domain], via Wikimedia Commons