Hosni Mubarak, ex-presidente do Egito, morreu em 25 de fevereiro de 2020, aos 91 anos. Um mês antes ele havia passado por cirurgia em um hospital no Cairo, onde estava internado desde então. O militar e político foi ditador do país por 30 anos, até ter sido deposto, em 2011, durante os protestos da Primavera Árabe.
Mubarak ingressou na Força Aérea egípcia em 1950. Ele se tornou líder da academia aeronáutica do país em 1972. Por seu desempenho na guerra de Yom Kippur com Israel, em 1973, foi promovido a marechal no ano seguinte. Em 1975, foi nomeado vice-presidente.
Após o assassinato do presidente Anwar el-Sadat (morto por militantes islâmicos após a assinatura de um tratado de paz com Israel), Mubarak assumiu o poder em 1981. Durante seu período à frente do Egito, ele venceu três eleições como candidato único. Em 2005, venceu uma nova eleição, desta vez com concorrentes, mas foi acusado de manipular os resultados do pleito.
Seu governo foi marcado por progressos nas relações com os países árabes e pelo arrefecimento das relações com Israel. Mubarak também cultivou boas relações com os Estados Unidos. Durante a Guerra do Golfo, posicionou-se ao lado dos EUA, contra as intenções expansionistas do Iraque de Saddam Hussein.
Segundo a Anistia Internacional, as violações dos direitos humanos pelos serviços de segurança no Egito durante o governo de Mubarak eram sistemáticas. Em 2007, o órgão informou que a polícia egípcia era responsável por "espancamentos, choques elétricos, suspensão prolongada de pessoas pelos pulsos e tornozelos, ameaças de morte e abuso sexual". Além disso, Mubarak também foi acusado de corrupção.
Em 2011, milhares de egípcios protestaram exigindo a renúncia de Mubarak. Em fevereiro daquele ano, mais de um milhão de pessoas tomaram a praça Tahrir, no Cairo, na maior demonstração contra o presidente até então. Protestos maciços também ocorreram em outras cidades do Egito, como Alexandria e Suez. Em 11 de fevereiro de 2011, ele renunciou juntamente com seu vice.
Em 2012, ele foi condenado à prisão perpétua por não ter impedido a morte de manifestantes pelas forças de segurança egípcias durante os protestos do ano anterior. Em 2014, a sentença foi anulada. Três anos depois, após um novo julgamento, Mubarak foi absolvido e libertado.
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