A vida do Conde Francesco Antonio Maria Matarazzo chegou ao fim no dia 10 de fevereiro de 1937, em São Paulo. O empresário italiano radicado no Brasil deixou sua marca na história por ter fundado o maior complexo industrial da América Latina. Quando morreu, aos 83 anos, ele deixou uma fortuna avaliada em cerca de US$ 10 bilhões.
Matarazzo, nascido em em Castellabate, na Itália, chegou ao Brasil em 1881, aos 27 anos. Logo após seu desembarque na Baía de Guanabara (RJ), ele sofreu um revés: perdeu a carga de banha de porco que trazia. Com as economias que restaram, partiu para Sorocaba (SP), onde abriu um comércio especializado em porcos e banha. Em 1890, manda trazer da Itália a mulher, filhos e irmãos e com eles se estabelece em São Paulo.
Na capital paulista ele incialmente montou um moinho de trigo. Depois, expandiu os negócios para tecelagens, indústria metalúrgica, moinhos para a fabricação do sal, refinarias de açúcar, fábricas de óleo e gordura, frigoríficos, fábrica de velas, sabonete e sabão. Em pouco tempo ele investiria também em centros fabris, usina de sulfureto de carbono e de ácidos, fábrica de fósforos e pregos, de louças e azulejos, usina de cal, destilaria de álcool e fábrica de papel. O empresário fundaria ainda a primeira destilaria de petróleo de Cubatão.
O complexo de empresas do Conde chegou a contar com mais de 200 fábricas. O empreendedor também era dono de um banco, de uma frota de navios, de um terminal no porto de Santos e de duas locomotivas que transportavam seus produtos. Matarazzo também possuía um grande número de propriedades, entre elas uma mansão na avenida Paulista.
Seu império contou com o benefício da política de proteção alfandegária, que reduzia o custo de importação de algumas matérias-primas e aplicava taxas mais altas aos produtos estrangeiros competitivos. Recebeu do rei Vitorio Emmanuele, da Itália, o título de conde por ter enviado dinheiro e mantimentos ao país durante a Primeira Guerra Mundial.
Após sua morte, os negócios da família foram assumidos por Francisco Matarazzo Júnior, o penúltimo dos 13 filhos, que ficou à frente dos negócios por quatro décadas. O sucessor natural seria Ermelino, o primogênito, contudo, ele morreu em um acidente de carro na Itália, em 1920.
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