Agrotóxico causa a morte de 50 milhões de abelhas em um mês em Santa Catarina
Cerca de 50 milhões de abelhas morreram contaminadas por um agrotóxico em apenas um mês em Santa Catarina. Testes demonstraram que a principal causa das mortes foi o uso do inseticida fipronil, usado em plantações de soja no norte do estado. O mesmo produto (juntamente com inseticidas derivados de nicotina) já havia sido responsável pela mortandade recente de abelhas no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e São Paulo, contabilizando meio bilhão de insetos mortos entre o fim de 2018 e o início de 2019.
A análise que comprovou a causa das mortes foi feita pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). Os testes encontraram a presença do fungicida trifloxistrobina, do inseticida triflumuron, e principalmente do inseticida fipronil. A última substância foi proibida no Vietnã, Uruguai e África do Sul após pesquisas comprovarem seu efeito letal sobre as abelhas.
De acordo com a Cidasc, pode ter havido algum erro no uso dos agrotóxicos. Uma das hipóteses aponta para a aplicação dos produtos na soja durante a floração, período em que ela não é recomendada. Nenhum produtor foi responsabilizado pelo caso. As empresas que fabricam a substância dizem que ela é segura, desde que usada de forma correta.
O estado de Santa Catarina é o terceiro maior produtor de mel do Brasil e o maior exportador. Do produto destinado ao exterior, 99% é certificado como orgânico. De acordo com a Secretaria Estadual de Agricultura, a mortandade ocorreu em menos de 1% das colmeias ativas. O órgão também afirma que o mel contaminado foi descartado.
Imagem: Shutterstock.com