Cientistas afirmam que a Amazônia está no "limite da destruição"
Um novo artigo científico alerta para os perigos enfrentados pela Amazônia. O texto, assinado por Thomas Lovejoy, professor do departamento de ciência e política ambiental da Universidade George Mason (Estados Unidos), e Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, afirma que a floresta pode está no "limite da destruição funcional". Segundo os cientistas, o papel da região no ciclo do carbono corre o risco de estar comprometido.
De acordo com o artigo, publicado na revista Science Advances, a Amazônia está sendo ameaçada por fatores como o desmatamento e o aquecimento global causado pelo homem. O texto defende que a floresta desempenha um papel crucial nos ciclos hidrológicos do planeta, mas quando a terra é desmatada, mais da metade da água da chuva escorre e não é reaproveitada. "Embora 2019 não tenha sido o pior ano em relação a incêndios ou desmatamento na Amazônia, foi o ano em que a extensão desses danos atraiu a atenção global", escreveram os autores.
Os cientistas projetam que o desmatamento levará ao surgimento de savanas principalmente no leste e sul da Amazônia, talvez se estendendo às áreas central e sudoeste, regiões que estão naturalmente próximas à quantidade mínima de chuva necessária para a floresta tropical se desenvolver. O texto afirma ainda que isso acarretará em "perdas surpreendentes de biodiversidade, carbono e, consequentemente, de bem-estar humano".
Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que entre agosto de 2018 e julho de 2019, a área desmatada na Amazônia subiu de 7.536 km² para 9.762 km². Isso representa um aumento de 29,5% em relação ao período anterior (agosto de 2017 a julho de 2018). Esta é a maior área de desmatamento desde 2008, quando o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite apontou 12.911 km² desmatados.
Fonte: IFLScience
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