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Cientistas descobriram a explosão mais violenta da história da Via Láctea

Por History Channel Brasil em 09 de Janeiro de 2020 às 11:03 HS
Cientistas descobriram a explosão mais violenta da história da Via Láctea-0

Um estudo publicado na revista Nature Astronomy revela que cerca de 80% das estrelas da região central da Via Láctea foram formadas durante os primeiros anos da galáxia, entre 8 e 13 bilhões de anos atrás. A descoberta foi realizada por uma equipe de astrônomos do Instituto de Astrofísica de Andaluzia, na Espanha, que se valeu da espetacular resolução do Telescópio Gigante (VLT – Very Large Telescope) do ESO (European Southern Observatory) para obter informações detalhadas sobre o processo de formação de estrelas dessa parte da galáxia.

Graças a suas observações, foram encontradas evidências desse evento estelar dramático cuja explosão resultou em mais de 100 mil supernovas. Vale destacar que até o momento acreditava-se que as estrelas haviam se formado de maneira contínua. O estudo, no entanto, refuta a afirmação, já que calcula-se que, após essa explosão inicial, nos 6 bilhões de anos seguintes nasceram muito poucas estrelas.

"Essa explosão de atividade foi provavelmente um dos eventos mais energéticos de toda a história da Via Láctea", disse Francisco Nogueras-Lara, astrônomo que liderou o estudo. Durante uma explosão estelar, muitas estrelas massivas são criadas. Como elas têm uma vida útil mais curta do que as estrelas de menor massa, chegam ao fim de suas vidas muito mais rapidamente, morrendo em violentas explosões de supernovas.

O estudo foi possível graças a observações da região central galáctica realizadas com o equipamento HAWK-I no deserto de Atacama, no Chile. Esta câmera sensível aos raios infravermelhos captou imagens incrivelmente detalhadas da região central da Via Láctea. "Nossa pesquisa sem precedentes de grande parte do centro galáctico resultou em informações detalhadas sobre o processo de formação de estrelas nesta região da Via Láctea", afirmou Rainer Schödel, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia.


Fontes: El País e  ESO (European Southern Observatory)

Imagem:  Shutterstock.com