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Médicos conseguem colocar humanos em estado de animação suspensa pela primeira vez

Por History Channel Brasil em 20 de Novembro de 2019 às 16:51 HS
Médicos conseguem colocar humanos em estado de animação suspensa pela primeira vez-0

Pela primeira vez, médicos conseguiram colocar humanos em estado de animação suspensa. O procedimento revolucionário foi testado por cirurgiões nos Estados Unidos. A técnica tem como objetivo dar aos especialistas mais tempo para tratar pacientes com danos traumáticos que poderiam resultar rapidamente em morte.

De acordo com a publicação científica New Scientist, a equipe do médico Samuel Tisherman, do curso de medicina da Universidade de Maryland, conseguiu colocar ao menos um paciente em estado de animação suspensa. A técnica é oficialmente chamada de preservação e ressuscitação de emergência (EPR, na sigla em inglês).

A EPR é destinada a pacientes que requerem tratamento de urgência após sofrerem traumas agudos, como ferimentos ocasionados por armas de fogo ou facas. O processo envolve o resfriamento rápido do cérebro a menos de 10° C, fazendo a substituição do sangue do paciente por uma solução salina gelada. Essa solução é bombeada diretamente para a aorta, a principal artéria que transporta o sangue do coração para as outras partes do corpo.

O resfriamento tem o objetivo de reduzir a atividade cerebral a quase zero e desacelerar a fisiologia do paciente, dando mais tempo para que os cirurgiões possam operá-lo. Depois de tratados, os pacientes são aquecidos novamente e "ressuscitados".Tisherman afirmou que a primeira vez que sua equipe conseguiu executar a técnica de forma bem-sucedida foi "um pouco surreal". 

Em obras de ficção científica, a técnica de animação suspensa é geralmente retratada como uma forma de deixar astronautas em estado de hibernação durante longas viagens espaciais. Apesar disso, o pesquisador ressalta que o procedimento testado por sua equipe não foi projetado para isso. "Quero deixar claro que não estamos tentando enviar pessoas para Saturno", disse Tisherman.


Fontes: New Scientist e The Guardian 

Imagem: Shutterstock.com