Os dois dias mais quentes da história foram registrados nesta semana

Os dias mais quentes da história foram registrados nesta semana. Na segunda-feira (3/7), a temperatura média do ar na superfície do planeta atingiu seu recorde, com os termômetros marcando 17,01°C. Mas essa marca já foi superada no dia seguinte (4/7), quando esse número subiu para 17,18°C, de acordo com dados do Instituto de Mudanças Climáticas da Universidade do Maine, nos Estados Unidos.

El Niño

Pesquisadores dizem que essas são as temperaturas mais altas registradas desde que o monitoramento por satélite começou, em 1979. Até esta semana, o recorde de temperatura havia acontecido em duas datas diferentes: 24 de julho de 2022 e 14 de agosto de 2016. Nesses dias, a média ficou em 16,92°C.

A alta das temperaturas está relacionada com o fenômeno climático conhecido como El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico. “O início do El Niño aumentará muito a probabilidade de quebras de recordes de temperatura e provocará mais calor extremo em muitas partes do mundo e no oceano”, disse Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial. “Avisos precoces e ações antecipadas de eventos climáticos extremos associados a esse grande fenômeno climático são vitais para salvar vidas e meios de subsistência”, completou.

“O El Niño ainda não atingiu o pico e o verão ainda está em pleno andamento no hemisfério norte, então não seria surpreendente se o recorde fosse quebrado novamente nos próximos dias ou semanas”, disse Paulo Ceppi, professor de ciência climática no Imperial College de Londres, em entrevista ao jornal The Guardian. “As chances são de que o mês de julho seja o mais quente de todos os tempos e, com ele, o mês mais quente de todos os tempos, ou seja, desde o período Eemiano, que aconteceu há cerca de 120 mil anos”, afirmou Karsten Haustein, pesquisador em radiação atmosférica na Universidade de Leipzig, em entrevista ao mesmo veículo.