Pesquisadores encontram o esqueleto mais completo de um “devorador de dinossauros” que viveu há 96 milhões de anos
Pesquisadores internacionais fizeram uma descoberta histórica de um dinossauro na Argentina. Eles encontraram o esqueleto mais completo já recuperado de um carcharodontosaurídeo sul-americano, conhecido entre os paleontólogos como o "comedor de dinossauros". Essa espécie carnívora, que chegou a medir 11 metros de comprimento e pesar 4 toneladas, habitava a Terra há cerca de 96 milhões de anos.
Meraxes gigas
A descoberta aconteceu durante escavações na província de Neuquén, na Patagônia. O animal pré-histórico foi batizado como Meraxes gigas (nome que homenageia um dragão da série de livros Game of Thrones). O estudo que descreve a criatura, assinado por pesquisadores da Argentina, Estados Unidos e Candadá, foi publicado na revista científica Current Biology.
Os cientistas encontraram o crânio praticamente completo do animal, além de vértebras fragmentárias do pescoço e costas, vértebras da primeira e parte média da cauda, o sacro, a omoplata ou escápula, o coracoide, os braços e a cintura pélvica com as patas traseiras. Acredita-se que o dinossauro tenha morrido entre os 39 e 53 anos de idade.
Especialistas estimam que o animal pesava aproximadamente 4.200 quilos. Suas características anatômicas revelam que a cabeça media 127 centímetros de comprimento, e que ele tinha ossos ornamentados com protuberâncias e sulcos. Seus braços eram desproporcionalmente curtos, como os do Tiranossauro rex.
Paleontologists in Argentina have discovered a new species of dinosaur that bears a striking resemblance to the Tyrannosaurus Rex.
— DW News (@dwnews) July 7, 2022
Meraxes gigas also has a large body with disproportionately small arms. pic.twitter.com/YQJtVwCtca
Segundo Juan Canale, líder do projeto no Museu Paleontológico Ernesto Bachmann, embora os braços do animal fossem curtos, eles eram musculosos. Pesquisas anteriores indicaram que espécies de dinossauros como M. gigas e T. rex desenvolveram braços menores à medida que suas cabeças se tornavam maiores. Canale explicou que isso mostra que os braços não eram usados para caçar: ao invés disso, a cabeça era usada para matar suas presas.