Robôs sexuais: um perigo para a sociedade ou um auxílio para a solidão?
Os robôs sexuais são uma realidade e, apesar dos numerosos dilemas éticos que permeiam a questão, sua comercialização já é comum em países como os Estados Unidos e o Japão. Nos próximos anos, essas tecnologias continuarão avançando, e acredita-se que os robôs serão capazes, entre outras coisas, de desenvolver dependência emocional de seus donos.
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As pesquisadoras britânicas Chantal Cox-George e Susan Bewley realizaram um estudo bibliográfico detalhado sobre o tema para tentar elucidar se os robôs sexuais representam ou não um perigo para a sociedade. Segundo as especialistas, não existe na atualidade evidências científicas suficientes para garantir que essas máquinas de aparência humana são seguras .
Enquanto alguns estudiosos acreditam que sua implementação poderia ajudar pacientes com disfunções eróticas e prevenir o ataque de predadores sexuais, outros sustentam que seu uso aprofundará problemas como a objetificação da mulher. Noel Sharkey, professor emérito de inteligência artificial e robótica da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, se mostrou preocupado. Segundo ele, muitos especialistas dizem que os robôs não oferecem benefícios para pessoas que sofrem de isolamento social. "Eles podem deixar essas pessoas ainda mais isoladas", alerta. O cientista até mesmo relata o caso de um homem que abandonou mulher e filhos para ficar com uma boneca de silicone.
Kathleen Richardson, professora de ética da Universidade De Montfort, na Inglaterra, chegou a criar uma campanha contra robôs sexuais. Ela critica o fato de que a vasta maioria desses robôs tenha formato feminino. "Me ofende que alguém considere que mulheres humanas sejam como máquinas", dispara.
Fonte: Washington Post
Imagem: Shutterstock.com