5 cientistas que abusaram dos fetiches e da loucura
Inflar um balão no traseiro, comer vermes e estudar a asfixia erótica na "fronteira da morte": estes são experimentos que desafiam lógica.
Confira abaixo a seleção de 5 cientistas que abusaram da ética, da loucura, da sorte e dos fetiches em seus experimentos.
5 - Infectar milhares de pessoas com sífilis
O médico norte-americano John Cutler pretendia pesquisar formas de prevenir doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, deixou toda a ética e humanidade de lado: infectou prostitutas com gonorreia ou sífilis e deixou que fizessem sexo com soldados, detentos e doentes psiquiátricos. Como poucos homens se contaminaram, ele decidiu inocular as doenças diretamente nas pessoas, por meio de injeções a exposição do pênis a material contaminado. Ninguém sabia que estava contraindo doenças.
As cartas, mais tarde, revelaram que os pesquisadores sabiam que o estudo era antiético e que autoridades da Guatemala aprovaram a pesquisa. Mais grave ainda: Cutler era funcionário do serviço de saúde pública do governo americano e conduziu o trabalho, entre 1946 e 1948, com financiamento do Instituto de Saúde Nacional dos EUA. Em 2010, o governo dos EUA pediu desculpas publicamente pelo experimento do mal, que infectou cerca de 1500 pessoas na Guatemala. Duas décadas mais tarde, o médico participou de experimentos com sífilis chamado Tuskegee, em que negros da área rural do Alabama foram infectados por meio de um programa governamental sem consentimento.
4 - Comer caracóis com esquistossomose
Claude Barlow era obcecado com a pesquisa da esquistossomose, uma doença parasitária endêmica na África, que provoca uma terrível diarreia. Como as tentativas anteriores em trazer o verme para ser estudado nos Estados Unidos haviam falhado, Barlow resolveu se infectar com o bicho e trazê-lo vivo em seu corpo. Em 1944, ele comeu um caracol infectado e passou e sentir os terríveis efeitos da doença.
Os sintomas surgiram 66 dias depois. Barlow teve uma febre que durou semanas. Notou esperma com ovos saindo da sua urina. Os ovos também estavam presentes nas fezes. Os testículos estavam infestados e com pus, além do surgimento de feridas com vermes pelo corpo. Um estado terrível de descrever. Na época, o tratamento para a esquistossomose era pesado, feito com fouadin, droga que debilita o paciente e que pode ser comparada a uma quimioterapia. Três meses depois do tratamento, os ovos voltaram. Claude Barlow precisou repetir a terapia inúmeras vezes. E o pior de tudo: essa experiência terrível não serviu para muita coisa, pois não havia caracóis para produzir os ovos. Até Barlow decidiu parar de estudar o verme depois de passar por esse trauma.
3 - Colocou um balão no traseiro e inflou
No final do século XIX, Nicholas Senn, era um renomado cirurgião, que decidiu fazer algo inusitado: enfiou um balão no traseiro e o inflou com 15 litros de hidrogênio. Tudo pela ciência.
O cirurgião descobriu uma maneira de diagnosticar intestinos rompidos. Não foi fácil chegar até esse ponto. Os experimentos anteriores do Dr. Senn foram realizados em cães, e os testes tiveram um resultado trágico com os animais. Desta forma, realizar o experimento em si mesmo foi, no mínimo, corajoso - fora, talvez, bem doloroso e arriscado.
2 - Fotografar seios de gêmeas
Em uma visita ao Twins Day Festival (Festival de Gêmeos), em Ohio, o cirurgião plástico Hooman Soltanian solicitou a várias gêmeas a permissão para fotografar seus seios. Certamente, uma pesquisa que muitos gostariam de conduzir. O médico, em nome da ciência, conseguiu tirar fotos de 161 pares de irmãs.
O médico queria saber sobre a segurança das mulheres em relação ao implante de mama. Soltanian fez as fotos e pediu a colegas do meio para avaliar valores estéticos como pele, caimento e simetria. As fotos revelaram que fumar, beber e gravidezes múltiplas podem tornar os seios menos atraentes. Hidratação, amamentação e terapia de reposição hormonal podem fazê-los mais bonitos.
1 - Estudou a asfixia erótica
Nicolae Minovici foi um pesquisador romeno que pesquisou como seria a morte pendurada por asfixia (enforcamento). Ele acabou descobrimento um meio termo para a sua pesquisa: a asfixia erótica. Muita gente já morreu ao praticar o ato, que consiste em cortar o oxigênio enquanto se masturba - aos sortudos, isso aumenta a intensidade dos orgasmos, por outro lado, alguns são encontrados mortos de uma maneira pouco honrosa.
Minovici estudou com afinco o ato de colocar o pescoço na corda e ver até onde poderia manter a consciência sem perder a vida, enquanto oscilava entre os "dois mundos". Apesar de todo o perigo, seus experimentos nunca resultaram em tragédia. Ele morreu por conta de uma doença nas cordas vocais, em 1941.
Fontes: Cracked.com , Estadão
Imagem: Kiselev Andrey Valerevich/Shutterstock.com
Imagens do corpo do texto (de cima para baixo): Nhandara guaricana Giacomo Clausi [Domínio Público], via Wikimedia Commons ; Domínio Público.