Anarquismo no Brasil? A experiência rolou no Paraná e deu errado
Por Thiago Gomide do Tá na História.
Parceria HISTORY e Ta Na História
O escritor italiano Giovanni Rossi acreditava na criação de colônias cooperativas. Isso quer dizer, espaços de produção sem hierarquia, sem a proposta de propriedade privada, com liberdade de relações, emancipação sexual...
Na cabeça do italiano, essa era uma maneira de diminuir as desigualdades sociais, problema endêmico brasileiro desde sempre. Rossi, que foi do clandestino partido socialista, chegou a ser perseguido por suas ideias. Foi preso.
Ele até tentou uma colônia experimental em Cremona, na Itália, mas seria aqui no Brasil o seu grande passo.
Esse sonho dele de vir para cá começou ainda no Império. Dom Pedro II prometeu terras para ele. Mas aí, como sabemos, a república chegou e jogou um balde de água nisso.
Ele não desistiu não. Juntou uma grana e, em fevereiro de 1890, Rossi, junto de 5 amigos e uma amiga, partiu de Gênova para essa nossa terra. Do Rio de Janeiro, o grupo pegou um vapor para o Rio Grande do Sul.
Passando pelo Paraná, um cidadão passou mal. Tiveram que descer no porto de Paranaguá. Acabaram ficando no estado querido do Paraná mesmo. Em março de 1890, em Palmeira, interior do Paraná, surgia a Colônia Experimental Cecília.
Na região, os vizinhos eram poloneses, extremamente católicos, que, desde o começo, não olhavam aqueles ateus com bons olhos. Por causa desse preconceito, eles não podiam nem enterrar seus mortos no cemitério da cidade.
Os anarquistas tiveram que criar o “cemitério dos renegados”. A comunidade teve quase 300 famílias. Esses números variam, mas nunca são pequenos, tímidos. Vários italianos vieram atrás do sonho dourado.
Os anarquistas plantavam e cultivavam vinho para conseguirem uma renda. Tudo parece bem normal, né?
Agora a pergunta que não quer calar: funcionava ou não? A experiência na prática não se sustentava. Quer saber por quê? Aperta o play! Quer entender o fim de Giovanni Rossi e ver as imagens do local? Aperta o play!
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THIAGO GOMIDE é jornalista e pesquisador. Foi apresentador e editor do Canal Futura e da MultiRio, ambos dedicados à educação. Escreveu e dirigiu o documentário "O Acre em uma mesa de negociação". Além de ser o responsável pelo conteúdo do Tá na História, atualmente edita e apresenta o programa A Rede, na Rádio Roquette Pinto ( 94,1 FM - RJ).
A proposta do Tá na História é oferecer conteúdos que promovam conhecimento sobre personagens e fatos históricos, principalmente do Brasil. Tudo isso, claro, com bom humor e muita curiosidade.