Inicio

Alfabeto mais antigo do mundo é encontrado em artefatos na Síria

Achado arqueológico sugere que a escrita alfabética é 500 anos mais antiga do que se pensava
Por History Channel Brasil em 23 de Novembro de 2024 às 16:04 HS
Alfabeto mais antigo do mundo é encontrado em artefatos na Síria-0

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, desenterraram cilindros de argila em um túmulo na Síria que contêm inscrições possivelmente pertencentes ao alfabeto mais antigo da história. A descoberta, datada de cerca de 2400 a.C., desafia o entendimento atual sobre as origens da escrita alfabética, sugerindo que ela surgiu séculos antes do que se acreditava. Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista Pasiphae.

Origem diferente

O achado aconteceu em Tell Umm-el Marra, uma das primeiras cidades de médio porte da Síria, como parte de uma escavação de 16 anos co-dirigida por Schwartz e colegas da Universidade de Amsterdã. No túmulo, além de seis esqueletos e artefatos como joias e cerâmica intacta, estavam os quatro cilindros de argila com perfurações e marcas que sugerem seu uso como etiquetas, talvez para identificar o conteúdo ou a origem de recipientes.

Artefato encontrado na Síria
Artefato encontrado na Síria (Imagem: Glenn Schwartz/Universidade Johns Hopkins/Divulgação, via EurekAlert)

Os cilindros foram datados com técnicas de carbono-14, confirmando sua idade e indicando que a escrita alfabética pode ter surgido fora do Egito, ao contrário do que historiadores acreditavam. “Anteriormente, pensava-se que o alfabeto foi inventado no Egito por volta de 1900 a.C.,” afirmou Glenn Schwartz, professor de arqueologia da Johns Hopkins e responsável pelo estudo.. "Mas nossos artefatos são mais antigos e de uma área diferente, sugerindo que o alfabeto pode ter uma origem completamente diferente", explicou.

"Os alfabetos revolucionaram a escrita ao torná-la acessível além da realeza e da elite social", disse Schwartz.  "Esta nova descoberta mostra que as pessoas estavam experimentando tecnologias de comunicação muito mais cedo e em uma localização diferente do que imaginávamos antes", completou.

Fontes
Universidade Johns Hopkins, via EurekAlert
Imagens
Glenn Schwartz/Universidade Johns Hopkins/Divulgação, via EurekAlert