Antigo portão romano para o inferno ainda está ativo e emitindo gases mortais
Em 2011, arqueólogos da Universidade de Salento, na Itália, descobriram em Hierápolis, no antigo território de Frígia (atual Turquia) um centro ritualístico romano milenar, considerado há 2.200 anos como o “portão do inferno”. O local era usado como uma espécie de arena para sacríficos. Os animais que lá entravam morriam ao respirar um vapor misterioso saído de uma caverna. Enquanto isso, os sacerdotes eunucos que os guiavam saíam ilesos.
Gases mortais no Portão do Inferno
Milhares de anos depois, os cientistas descobriram a verdade a respeito do enigmático "portão do inferno". Em 2018, após uma pesquisa minuciosa, foi possível verificar que no interior da caverna há uma grande atividade sísmica, que libera quantidades de dióxido de carbono capazes de produzir uma espécie de lago de gás. "Surpreendentemente, esses vapores ainda são emitidos em concentrações que hoje matam insetos, pássaros e mamíferos", disseram os pesquisadores.
O local era usado para sacrifícios de touros que atravessavam o Plutônio, ou Portão de Plutão (deus clássico do submundo para os romanos). Enquanto os sacerdotes conduziam os animais para a arena, o público podia sentar-se em amplas arquibancadas e observar a fumaça que emanava do portão, levando os animais à morte.
Aparentemente, os sacerdotes romanos conheciam as peculiaridades da caverna e, por isso, mantinham distância dos vapores venenosos. “Enquanto o touro (ou o animal que estivesse prestes a ser sacrificado) ficava parado dentro do lago de gás com sua boca e fossas nasais a uma altura entre 60 e 90 cm, os grandes sacerdotes sempre se colocavam do lado de fora, tentando fazer com seu nariz e sua boca estivessem bem acima do nível tóxico”, explicam os pesquisadores.
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Fontes: Science Alert e The Sun
Imagens: Francesco D'Andria/Universidade de Salento