Arqueólogos encontram “passagem para o submundo” sob igreja católica no México
O uso de uma tecnologia avançada de escaneamento do solo permitiu que pesquisadores descobrissem uma "passagem para o submundo" sob uma igreja católica no sul do México. Segundo os arqueólogos, esse labirinto subterrâneo oculto foi construído pela antiga civilização Zapoteca no local onde hoje se situa a localidade de Mitla. Esse povo viveu no vale de Oaxaca de 700 a.C. até o período da conquista espanhola em 1521 d.C.
Centro religioso
Segundo os pesquisadores, o complexo sistema de câmaras e túneis subterrâneos foi construído há mais de um milênio pelos zapotecas. Mais tarde, um templo católico foi erguido no mesmo local. A descoberta foi feita pelo projeto Lyobaa, uma colaboração de 15 arqueólogos, geofísicos, engenheiros e especialistas em conservação com o Instituto Nacional Mexicano de Antropologia e História (INAH), a Universidade Nacional Autônoma do México e o Projeto ARX.
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— Mayascribe (@Mayascribe) July 6, 2023
Por meio de metodologias não invasivas, como radar de penetração no solo, tomografia de resistividade elétrica e tomografia sísmica, a equipe desenvolveu um modelo virtual 3D das ruínas subterrâneas. Embora a equipe suspeitasse inicialmente da existência de um templo subterrâneo, eles ficaram surpresos com sua escala e profundidade.
De acordo com os arqueólogos, o complexo arquitetônico subterrâneo é um testemunho da engenhosidade Zapoteca. Mosaicos impressionantes enfeitam o local, que servia como o principal centro religioso dos zapotecas até a conquista dos Astecas no final do século XV. Esse episódio fez com que os zapotecas abandonassem o local. Posteriormente, os espanhóis reaproveitaram as ruínas, utilizando blocos de pedra para construir a igreja de San Pablo Apóstol.
Durante gerações, relatos orais sugeriam que o altar principal da igreja foi propositadamente construído sobre uma entrada selada para um extenso labirinto subterrâneo de pilares e corredores que originalmente pertencia a um templo Zapoteca conhecido como Lyobaa, que significa "o lugar de descanso". De acordo com a tradição, esses túneis eram considerados uma porta de entrada para a terra dos mortos. Marco Vigato, fundador do Projeto ARX, enfatizou a necessidade de mais investigações para determinar a extensão completa dessas maravilhas subterrâneas.