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Arqueólogos encontram restos mortais de guerreiro medieval LGBTQIA+

Uma análise genética descobriu que a pessoa tinha traços sexuais de ambos os gêneros
Por History Channel Brasil em 19 de Agosto de 2021 às 19:17 HS
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Em 1968, durante obras de manutenção da tubulação da cidade de Hattula, na Finlândia, foi descoberta uma espada com cabo de bronze. Mais tarde, por conta das escavações arqueológicas desencadeadas pela descoberta, foi possível encontrar um túmulo de quase mil anos de idade. Dentro, foram descobertos os ossos de uma pessoa.

Líder não-binário

Apesar de os arqueólogos afirmarem que seriam os restos de um guerreiro, o esqueleto vestia roupas femininas e estava junto a joias. isso deu a impressão de que duas pessoas haviam sido enterradas juntas, um homem e uma mulher.

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Agora, os especialistas da Universidade de Turku publicaram um artigo na revista European Journal of Archaeology no qual afirmam que o guerreiro encontrado na tumba desafiou as crenças e os costumes da Idade Média sobre os papéis de gênero. O estudo revelou que os restos encontrados correspondem a um único indivíduo, que vestia roupas de mulher e também empunhava uma espada. Segundo a arqueóloga Ulla Moilanen, “parece que era um membro muito respeitado de sua comunidade, já que o depositaram sobre uma manta de plumas suaves, além de peles e objetos valiosos”.

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Depois, uma análise levou à conclusão de que o guerreiro sofria de uma rara condição genética que atinge indivíduos biologicamente masculinos: a síndrome de Klinefelter, na qual um homem nasce com uma cópia extra do cromossomo X. As pessoas com essa síndrome têm frequentemente a fisionomia de um homem, mas podem desenvolver seios, baixa massa muscular ou inclusive ter problemas de infertilidade. Na verdade, a síndrome de Klinefelter está incluída na definição de intersexualidade e é representada pela letra I na sigla LGBTI.

Assim, esse guerreiro pode ter tido uma identidade social diferente do gênero binário (homem ou mulher). “Se as características da síndrome de Klinefelter eram evidentes nessa pessoa, é possível que não tenha sido considerada estritamente feminina ou masculina (não-binária) na comunidade da Alta Idade Média”, afirmou Moilanen.

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Fonte:  La Vanguardia

Imagens: iStock e Universidade de Turku