A cachaça já gerou uma revolta no Brasil e não foi no boteco!
Por Thiago Gomide do Tá na História.
Parceria HISTORY e Ta Na História
A produção de cachaça sempre rendeu grana porque sempre teve muita gente que bebesse.
Até 1660, quando rolou a revolta da cachaça, o Brasil já tinha presenciado a adoração de senhores e escravos pela bebida, a proibição do consumo e a tentativa portuguesa de criar uma empresa que tivesse o monopólio de produção e venda de bebidas, inclusive alcoólicas, na colônia.
O Brasil tinha visto muitos produtores ignorarem Portugal e terem relação comercial com Angola, também colônia portuguesa.
Em 1659, o Brasil iria ver uma nova ordem portuguesa que proibia o comércio da aguardente. Só que dessa vez, a ordem veio junto de repressão. Alambiques foram destruídos. Homens poderosos, que investiam na cachaça, foram enfrentados.
Sempre por trás dos panos, a saída foi investir na velha e boa relação com os angolanos. Ia cachaça e vinham pessoas escravizadas.
A água esquentou mesmo em 1660 quando Salvador Correia de Sá e Benevides assumiu o cargo de capitão-general do sul do Brasil.
Ele chegou, chegando. Aumentou impostos.
Aumentou impostos em uma colônia que, desde sempre, enfrentava problemas econômicos.
Lógico que a gritaria foi imensa. Todo mundo em crise e ele querendo fazer geral pagar mais.
A câmara propôs que a venda da cachaça fosse liberada e que cobrasse dos donos de alambique.
Isso matava dois coelhos com uma cajadada só: deixava os donos de alambique trabalhar na legalidade e aumentava os recursos.
Certo?
Errado. Essa decisão ia contra Portugal. E a empresa do monopólio? Onde entraria? Portugal mandou desfazer o decreto, que já tinha sido aprovado. A câmara do Rio teve que engolir o imposto sobre as riquezas dos cidadãos.
Aí foi ladeira à baixo.
Quer saber as consequências disso? Aperta o play!
THIAGO GOMIDE é jornalista e pesquisador. Foi apresentador e editor do Canal Futura e da MultiRio, ambos dedicados à educação. Escreveu e dirigiu o documentário "O Acre em uma mesa de negociação". Além de ser o responsável pelo conteúdo do Tá na História, atualmente edita e apresenta o programa A Rede, na Rádio Roquette Pinto ( 94,1 FM - RJ).
A proposta do Tá na História é oferecer conteúdos que promovam conhecimento sobre personagens e fatos históricos, principalmente do Brasil. Tudo isso, claro, com bom humor e muita curiosidade.