Campo X: a escola de elite da sabotagem e espionagem internacional
Campo X foi uma escola secreta que ajudou a formar espiões durante a Segunda Guerra Mundial.
Poucos sabiam sobre esse local e quase nada se sabe até hoje. Veja abaixo o que descobrimos para você.
1. O Campo X é considerado o berço do treinamento de espiões.
O Campo X foi criado no dia 6 de dezembro de 1941 pelo chefe da segurança britânica, Sir William Stephenson, que era muito amigo de Winston Churchill e Franklin Roosevelt. O objetivo do projeto foi, originalmente, ligar a Grã-Bretanha e os EUA num momento em que os norte-americanos estamos proibidos pela Lei de Neutralidade de se envolverem diretamente na Segunda Guerra Mundial - coincidência ou não, a escola foi criada um dia antes do ataque japonês a Pearl Harbor, no Havaí. Não demorou muito, o Campo X mostrou sua verdadeira finalidade: treinar agentes especiais das forças aliadas. Eles eram membros das Operações Especiais Executivas, do FBI e do Departamento Americano de Serviços Estratégicos (da sigla OSS, a futura CIA). O objetivo era surpreender os inimigos usando táticas de sabotagem e espionagem.
2. O Campo X inspirou os roteiros de James Bond, o agente 007.
Muitos foram os agentes que passaram pelos treinamentos no Campo X, entre eles, acredita-se que estava Ian Fleming, que mais tarde ficou famoso por seus livros sobre o agente secreto James Bond. Há também quem diga que o escritor nunca esteve no Campo X, mas o certo é que as aventuras do agente 007 - com licença para matar - são nitidamente inspiradas em missões secretas do trabalho de Ian Fleming como agente da inteligência britânica. O personagem de James Bond teria sido supostamente baseado em Sir William Stephenson e no que Fleming aprendeu com ele. Também teriam passado pelo Campo X o escritor infantil Roald Dahl e o roteirista britânico Paul Dehn.
3. David Ogilvy, o magnata de publicidade, foi um aluno de destaque do Campo X.
O inglês David Ogilvy, considerado o pai da propaganda, foi um aluno notável do segreto Campo X durante a Segunda Guerra. Lá, ele teria aprendido a dominar o poder da propaganda antes de se tornar rei da Madison Avenue. Embora Ogilvy tivesse recebido treinamento para sabotagem e o combate corpo a corpo, ele foi, finalmente, encarregado de projetos que tinham o objetivo de acabar com o sucesso e a reputação de empresários que forneciam qualquer tipo de material aos nazistas.
4. Mais de 500 agentes aliados foram treinados no Campo X, inclusive os primeiros diretores da CIA.
O Campo X treinou mais de 500 agentes aliados, dos quais 273 se formaram e foram para Londres, onde seguiram com sua formação. Os alunos do Campo X recebiam um treinamento com uma variedade de técnicas especiais, que incluíam matança silenciosa, sabotagem, apoio partidário e métodos de recrutamento para movimentos de resistência, demolição, leitura de mapas, o uso de várias armas e o Código Morse. Agentes do FBI e do Escritório de Serviços Estratégicos (OSS, precursora da CIA) secretamente participaram do Campo X. O mais notável aluno foi o Coronel William "Wild Bill" Donovan, chefe da OSS na época da Segunda Guerra, que creditou a William Stephenson o ensino aos americanos sobre a coleta de informação no estrangeiro. A CIA batizou uma das suas instalações de treinamento de recrutas como "The Farm", em homenagem a um local que existia no Campo X.
5. Os alunos do Campo X podiam matar um homem com as próprias mãos em 15 segundos.
Foi no Campo X que o OSS operou um programa de treinamento de "assassinato e eliminação", apelidado de "a escola de caos e assassinato", de George Hunter White, que treinou na academia na década de 1950. O lema do acampamento era "matar ou ser morto." De acordo com um ex-aluno, "isso virou nossos valores de cabeça para baixo e nós imaginamos um mundo feito para terroristas". Depois desse treinamento insano, dizia-se que cada um dos alunos de White, ao deixar o Campo X, estaria apto a matar um homem com as próprias mãos em apenas 15 segundos.
Imagem destaque: Domínio Público via Wikipedia Commons
Imagens do corpo do texto (de cima para baixo): Gary Blakeley [CC BY-SA 3.0], via Wikimedia Commons / Gary Blakeley [CC BY-SA 3.0], via Wikimedia Commons / Foto Domínio Público.