Cientistas criam mecanismo que permite escalar prédios como uma lagartixa [VÍDEO]
Um grupo de pesquisadores do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Stanford (EUA) pode tornar realidade o sonho de quem deseja incorporar um pouco dos poderes do Homem-Aranha e escalar arranha-céus com a facilidade de uma lagartixa. As propriedades “escaladoras” das patinhas do pequeno e simpático bichinho serviram de inspiração para o desenvolvimento de uma superfície adesiva, do tamanho de uma mão humana, que permite que seres humanos escalem verticalmente paredes de vidro.
As lagartixas podem escalar paredes verticais e até mesmo ficar de cabeça para baixo porque seus dedos estão cobertos com centenas de cerdas microscópicas, que geram uma espécie de força elétrica conhecida como força de van der Waals, que mantém lagartixas coladas sobre as superfícies.
O dispositivo que imita esse “poder” do bichinho consiste em duas placas que agarradas pelo alpinista. Cada uma das placas é coberta com 24 pequenas lâminas, cada uma com cerca de 1 polegada quadrada, ou seja, algo do tamanho de um selo postal. Cada pequena peça é coberta com minúsculos pelos de silicone, com cerca de 100 microns de altura, ou a largura média de um cabelo humano. O líder do estudo, Elliot Hawkes, um engenheiro mecânico de Stanford, inclusive testou a novidade (foto que acompanha este texto).
"Para manter o adesivo sobre uma superfície, assim que você pisar na superfície, para escalar, basta colocar seu peso para fora dela", disse o co-autor do experimento Eric Eason, físico de Stanford.
Em junho, pesquisadores do Departamento de Defesa dos EUA anunciaram que haviam desenvolvido um conjunto de pás de mão, inspiradas nas lagartixas, que poderiam suportar uma pessoa de até 99 kg, carregando um pacote de 23 kg, numa escalada de uma parede de vidro de 7,6 metros. Estas pás, no entanto, seriam maiores do que os novos dispositivos que Hawkes e seus colegas desenvolveram.
Caso o experimento mostre bons resultados, os cientistas poderão usá-lo para coletar o lixo no espaço, já que os detritos, em sua maior parte, são feitos de materiais que não são atraídos por campos magnéticos. Na Terra, essas superfícies adesivas poderiam ser usadas na fabricação de robôs para instalação de painéis de vidro, painéis solares e telas de vídeo. A tecnologia também poderia ser usada para robôs que limpam janelas. O estudo foi publicado no último dia 18, na revista Interface.
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