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Código secreto "diabólico" do imperador Carlos V é decifrado após 5 séculos

Um dos homens mais poderosos do século XVI, ele escreveu uma mensagem com símbolos misteriosos sobre um complô para matá-lo
Por History Channel Brasil em 09 de Dezembro de 2022 às 09:15 HS
Código secreto "diabólico" do imperador Carlos V é decifrado após 5 séculos-0

Carlos V, sacro imperador romano e rei da Espanha, foi um dos homens mais poderosos do século XVI, comandando um vasto império que abrangeu grande parte da Europa Ocidental e das Américas. Agora, pesquisadores franceses conseguiram decifrar uma carta escrita em 1547 a seu embaixador na França que continha uma série de símbolos ininteligíveis. O código secreto falava de um complô para matá-lo.

"Código diabólico"

Foram necessários seis meses de trabalho dos quatro especialistas criptógrafos liderados por Cécile Pierrot para conseguir decifrar a mensagem. Segundo os pesquisadores, “o código utilizado por Carlos V era diabólico”, já que, além dos cerca de 120 símbolos utilizados, havia palavras inteiras criptografadas em um só símbolo, combinações inspiradas no árabe e símbolos nulos, com os quais o imperador procurava confundir a quem tentasse decifrar a mensagem.

Carta do imperador Carlos V escrita em código
Carta do imperador Carlos V escrita em código (Imagem: Biblioteca Stanislas/Divulgação)

Após decifrar uma frase, Pierrot contou com a ajuda da historiadora Camille Desenclos para desvendar o que estava escrito no resto da carta. Entender a mensagem foi uma conquista excepcional, já que joga luz sobre as relações entre o Sacro Império Romano Germânico e a França. Nela, Carlos V se refere à situação de seu império, à sua estratégia política e militar e a um suposto complô para assassiná-lo, que era tramado na França, mas que nunca chegou a se concretizar.

Desenclos disse que "como historiadora é raro conseguir ler uma carta que ninguém conseguia decifrar há cinco séculos”. Segundo ela, a mensagem “confirma o estado um tanto degradado” em 1547 das relações entre Francisco I e Carlos V, que havia assinado um tratado de paz três anos antes.

Fontes
The Guardian e La Nación
Imagens
Jakob Seisenegger  (1505–1567)/Kunsthistorisches Museumm via Wikimedia Commons