Crânios encontrados no México revelam ritual macabro dos maias
Restos mortais encontrados em um sítio arqueológico no México revelam evidências de um ritual macabro praticado pela cultura maia. Dos cinco crânios analisados, ao menos dois são de homens que foram decapitados em sacrifícios no templo-pirâmide da praça oriente, situado na Zona Arqueológica Moral-Reforma. De acordo com os pesquisadores, os achados datam do período Clássico Tardio (600-900 d.C.).
Decapitação e desmembramento
Segundo pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH), as escavações revelaram 13 sepultamentos, constituídos por crânios humanos, fragmentos de mandíbulas e ossos de membros inferiores e superiores. O contexto indicava a possível decapitação e desmembramento dos indivíduos. A análise dos cinco crânios determinou que todos correspondem a indivíduos do sexo masculino. As vítimas tinham idades que variavam entre 17 e 45 anos.
Quanto à decapitação de que foram vítimas, em dois crânios foram observadas marcas de cortes horizontais no áxis, osso envolvido na junção craniocervical. As marcas de corte revelam "o uso de um objeto pontiagudo para extrair o crânio, e sabemos disso porque as cervicais e a mandíbula mantiveram sua relação anatômica, embora seja difícil determinar se essa lesão foi a causa da morte ou se foi feita post mortem”, disse Miriam Angélica Camacho Martínez, antropóloga que analisou os restos mortais.
Os pesquisadores também encontraram evidências de modificação craniana em todos os cinco crânios. As deformações intencionais do crânio foram criadas pela colocação de talas na cabeça desde a infância. Essa prática era um sinal de status elevado na sociedade maia.