Encontradas evidências do uso de maconha em santuário bíblico israelense
A antiga cidadela de Tel Arad, que pertencia ao reino de Judá, é associada à narrativa bíblica dos reis Davi e Salomão. Em 1963, dois altares de calcário foram encontrados na entrada do "Santo dos Santos", um santuário que funcionava no local. Agora, pesquisadores afirmam que encontraram evidências do uso de maconha em rituais realizados naquele templo, situado no que hoje é o sul de Israel.
A análise do material encontrado nos topos dos altares, que estão preservados no Museu de Israel, em Jerusalém, descobriu que eles continham maconha e incenso. Segundo o estudo, publicado na revista Tel Aviv, a descoberta também representa a evidência mais antiga do uso de maconha no Antigo Oriente.
"Sabemos (...) que muitas culturas usavam materiais e ingredientes alucinógenos para entrar em algum tipo de êxtase religioso", disse Eran Arie, líder da pesquisa e curador da arqueologia da Idade do Ferro e dos períodos persas no Museu de Israel. "Não se sabia que Judá adotava essas práticas cultuais. O fato de termos encontrado maconha em um local oficial de culto no local é algo novo", completou.
O santuário onde foi feita a descoberta data da Idade do Ferro, entre 750 e 715 a.C. Ele fazia parte do "monte da fortaleza" em Tel Arad, importante sítio arqueológico no vale de Beersheba, no sul de Israel. Escavações anteriores no local revelaram duas fortalezas sobrepostas, construídas entre o século IX a.C. e início do século VI a.C., que protegiam a fronteira sul do reino bíblico de Judá.
Imagens: Laura Lachman/Museu de Israel/Divulgação e Shutterstock.com