Era uma vez um império: Matarazzo fazem um “Família Vende Tudo”
Uma família, que uma vez já formou um império de gigantes da indústria no Brasil e do mundo, colocou alguns bens à venda.
Estamos falando dos Matarazzo, que já foram donos de um conglomerado de fábricas e negócios em diversos setores da economia. Agora, eles participam de um “Família Vende Tudo”, em São Paulo. Móveis, tapetes , acessório e objetos variados que pertenceram aos seus membros estão à venda. E parece que a concorrência é grande, com muitas pessoas ouriçadas na busca por uma barganha.
A fortuna dos Matarazzo começou com os esforços de um mascate e imigrante italiano “que deu certo”. Francesco Antonio Maria Matarazzo, mais tarde chamado de Conde Matarazzo, foi o criador do maior complexo industrial da América Latina do início do século XX.
Quando morreu, no dia 10 de dezembro de 1937, ele era o homem mais rico do Brasil e um dos mais bem sucedidos do mundo, com uma fortuna de US$ 10 bilhões. A riqueza produzida por suas indústrias ultrapassava o PIB de qualquer estado brasileiro, com exceção de São Paulo. O empresário também possuía uma frota de navios, um terminal no porto de Santos e duas locomotivas para transportar seus produtos, além de uma mansão na avenida Paulista, endereço caríssimo da cidade de São Paulo.
“você acha que eu sou um Matarazzo?
Sua fama era tão grande, que era comum na época as pessoas perguntarem “você acha que eu sou um Matarazzo?” quando diante de algum preço exorbitante.
Após a morte do patriarca, que deixou 13 filhos, o sucessor natural seria Ermelino, o primogênito. Porém, ele morreu em um acidente de carro na Itália, em 1920. Os negócios da família foram assumidos por Francisco Matarazzo Júnior, o penúltimo dos filhos, que ficou à frente dos negócios por quatro décadas.
Queda do império
Com o tempo, houve um aumento de concorrência em todos os setores da indústria e, alguns especialistas apontam, os negócios da família não se modernizaram ao ponto de acompanhar as ameaças do mercado. Fora isso, o fato da família ser muito grande também foi visto como um complicador para os negócios por alguns analistas.
Outro fator é que os tempos já eram outros após a morte do fundador. Quando ele chegou ao Brasil, tudo precisava ser feito no país. Nas décadas seguintes à sua morte isso já não era mais a realidade. Talvez fosse a hora de vender algumas empresas e buscar um foco nos negócios da família, já que as empresas atuavam em setores muitos diferenciados e, ao mesmo tempo, o grupo não era especializado em nenhum deles, razão que fragilizou os negócios em várias frentes diante da concorrência que só aumentava com a industrialização acelerada da época.
Fontes: Terra , História de Empresas, Jornalismo da Gente
Imagem: Acervo do Centro de Documentação Histórica da Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul