Estrelas-mães são capazes de queimar atmosferas de super-Terras
Pela primeira vez, possuímos evidências que algumas super-Terras orbitam tão perto de suas estrelas-mães que suas atmosferas simplesmente "torraram".
As super-Terras são consideradas os exoplanetas (como são chamados os planetas fora do nosso sistema solar) mais comuns de toda a galáxia. Elas têm atmosferas inchadas, são maiores do que a Terra e menores do que Netuno. Até agora acreditava-se que elas não se aproximavam de forma tão perigosa de suas estrelas-mães.
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Devido a longa distância que estão de nós, até pouco tempo pouca coisa se sabia a respeito desses corpos celestes. Uma das melhores maneiras de detectar um desses exoplanetas é identificá-lo à medida que passa em frente à sua estrela-mãe e bloqueia sua luz. Esse método de trânsito é usado pelo telescópio espacial Kepler.
Um novo método, de Mia Lundkvist, na Universidade de Aarhus, na Dinamarca, mostrou ser capaz de nos dizer com maior precisão o que ocorre com a atmosfera de algumas super-Terras. Sua equipe usou um método chamado Sismologia Estelar - o estudo das ondas sonoras geradas pela turbulência na superfície de estrelas - para medir o raio de 102 estrelas, e, portanto, estimar com maior exatidão o tamanho de seus planetas. Eles, então, focaram na quantidade de luz que cada planeta recebeu de seu astro-rei para ver o quanto ele pode ser "frito".
"Nós não conseguimos encontrar nenhuma super-Terra em uma região onde a quantidade de radiação é cerca de 600 vezes maior do que de o que temos na Terra hoje", diz Sarbani Basu, da Universidade de Yale, co-autor do estudo .
"Isso não quer dizer que esses planetas não existam naquela região, mas que a intensa radiação da estrela-mãe ferveu a atmosfera de qualquer super-Terra ali por perto. Os planetas perdeream tanto volume, que ficaram mais parecidos com Terras quentes - não são mais "super" nem de longe", completou Basu.
O estudo nos mostra que é importante, antes de tudo, compreender o papel de protagonista que uma estrela exerce na formação dos planetas, influenciando sua formação, evolução, estrutura e se ele pode ser habitável ou não.
Fonte: New Scientist
Imagem: Vadim Sadovski/Shutterstock.com