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Fóssil de um carnívoro mais antigo que os dinossauros é encontrado no Brasil

Os pesquisadores estão surpresos, pois os parentes mais próximos da espécie só haviam a sido identificados na Rússia
Por History Channel Brasil em 06 de Fevereiro de 2024 às 13:04 HS
Fóssil de um carnívoro mais antigo que os dinossauros é encontrado no Brasil-0

Pesquisadores da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) encontraram no Rio Grande do Sul o fóssil de um estranho anfíbio, mais antigo que os dinossauros. O animal, que viveu há cerca de 250 milhões de anos, foi batizado de Kwatisuchus rosai. Um estudo sobre a descoberta foi publicado no periódico científico The Anatomical Record.

Parentes russos

A equipe do Laboratório de Paleobiologia do Campus São Gabriel da Unipampa encontrou o crânio fossilizado do animal em uma fazenda na área rural do município de Rosário do Sul. Os temnospôndilos, grupo ao qual pertence o Kwatisuchus, eram animais carnívoros abundantes em ecossistemas aquáticos, mas também tinham representantes terrestres. O exemplar encontrado media aproximadamente 1,5m, mas estima-se que os maiores exemplares da espécie podiam alcançar quase 5m.

Crânio do Kwatisuchus rosai
Crânio do Kwatisuchus rosai (Imagem: Felipe Pinheiro/Unipampa/Divulgação)

“O Kwatisuchus era um sobrevivente. Viveu em um ambiente devastado pela maior extinção em massa da história do planeta”, afirmou Felipe Pinheiro, paleontólogo da Unipampa que coordenou a pesquisa. “Já que eram animais adaptados a condições de alto estresse ambiental, os anfíbios temnospôndilos acabaram se tornando abundantes em todo mundo. Eles nos ajudam a entender como as extinções afetaram o planeta e como podemos reconhecer seus efeitos atualmente”, completou.

Os cientistas ficaram surpresos com o fato de que os parentes mais próximos de Kwatisuchus são todos encontrados na Rússia. “Naquele momento, os continentes estavam unidos em um supercontinente chamado Pangeia e a distância entre o Brasil e a Rússia era menor. Ainda assim, existiam barreiras. É incrível encontrar esse e outros animais que provavelmente conseguiram ultrapassar esses obstáculos. Participar do achado dessa nova espécie foi muito emocionante e suas similaridades com espécies russas instigam novos estudos para entender como essas conexões se deram”, disse a ecóloga e paleontóloga Arielli Fabrício Machado, pesquisadora da Unipampa, em parceria com a Universidade de Harvard.

Fontes
Unipampa
Imagens
Arte: Márcio Castro/Unipampa/Divulgação