A freira que salvou, em segredo, 83 crianças judias do nazismo durante a Segunda Guerra
A freira Denise Bergon foi a madre superiora do Convento de Nossa Senhora de Massip, em Capdenac, cidade situada a 150 quilômetros de Toulouse, na França. Sob sua gestão, ela tinha um internato no qual escondia crianças judias entre os alunos católicos. Esses meninos e meninas corriam extremo perigo de serem capturados pelos nazistas, que haviam invadido e ocupado boa parte do território francês.
Durante o inverno de 1942, a irmã Bergon recolheu várias crianças que se encontravam escondidas nos bosques e montanhas nas imediações de sua região, enquanto as tropas alemãs intensificavam as buscas por judeus. No total, a quantidade de crianças refugiadas abrigadas pelo convento chegou a 83.
Os pequenos eram enviados de suas casas com dinheiro, joias e bens de valor para pagar pelo refúgio antes de tentarem sair da França. “A partir de 1944, a busca por judeus se tornou mais rigorosa. Recebíamos solicitações de refúgio de todas as partes. Acolhemos cerca de 15 meninas pequenas. Algumas delas conseguiram escapar milagrosamente da Gestapo”, escreveu Bergon em 1946.
Por outro lado, as únicas pessoas que sabiam da verdade sobre as crianças eram a diretora da escola, o capelão e outras duas irmãs. As demais freiras sabiam que as crianças eram refugiadas da região de Alsácia-Lorena, mas desconheciam que eram judias. Como os pequenos não estavam familiarizados com os cultos católicos, o fizeram passar por comunistas, para não levantar suspeitas.
Após a libertação do sul da França, em agosto de 1944, a irmã Bergon permaneceu no convento e continuou trabalhando até sua morte, em 2006. Algum tempo depois, ajudou crianças desfavorecidas e imigrantes do norte da África. Em 1980, recebeu uma homenagem do Centro Comemorativo do Holocausto e foi nomeada como “Justa entre as Nações”.
Fonte: BBC
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