Helen de Bikini: a primeira bomba atômica detonada embaixo d’água
Helen de Bikini foi o nome com o qual os Estados Unidos batizaram a primeira bomba atômica detonada embaixo d’água, em 1946. Ela foi chamada assim porque a explosão teve como cenário o Atol de Bikini, no Oceano Pacífico. Um dos objetivos do teste foi provar que ataques nucleares navais eram possíveis e que as frotas da Marinha não estavam obsoletas na era atômica.
A detonação de Helen de Bikini
Desde o início, a detonação nuclear submarina (também chamada de "teste Baker") foi controversa. Pesquisadores chegaram a questionar se o teste era uma experiência científica válida ou apenas se tratava de uma demonstração de força bruta durante a Guerra Fria. O que se sabe é que os resultados foram impressionantes: a explosão gerou uma cortina líquida de 1800 metros de altura, 600 metros de largura e 90 metros de espessura, espalhando pelos ares dois milhões de toneladas de água e areia em uma chuva radioativa.
A bomba Helen de Bikini foi lançada a cerca de 27 metros de profundidade, e seu funcionamento foi baseado na implosão de plutônio, assim como a bomba atômica lançada pelos Estados Unidos sobre Nagasaki. Cerca de uma dúzia de navios vazios que foram colocados nas imediações da explosão foram destruídos, afundaram ou ficaram inutilizáveis devido à radiação. Um dos principais objetivos do teste Baker foi avaliar as consequências que a detonação atômica submarina poderia ter sobre os barcos que flutuavam.
O teste Baker foi realizado no contexto da Operação Crossroads, executada pelo exército dos Estados Unidos nas Ilhas Marshall, situadas entre a Austrália e o Havaí. Mais de 70 anos após servir de palco para uma série de testes nucleares, partes do arquipélago, como o atol de Bikini, apresentam níveis de radiação superiores aos de Chernobyl ou Fukushima.
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Fontes: Clarín e Atlas Obscura
Imagens: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/Domínio Público