A história do carrasco nazista que se escondeu em Atibaia
Por Thiago Gomide do Tá na História.
Parceria HISTORY e Ta Na História
No dia 24 de abril, o Jornal do Brasil estampou que em Itatiaia, interior do Rio de Janeiro, duas horas de Atibaia, rolou uma festa em comemoração ao aniversário de 90 anos de Adolf Hitler.
Evidente que isso gerou uma imensa confusão. Como assim comemorando? Quem são essas pessoas nas fotos?
Não tinha um no Brasil que não tentasse descobrir isso. Será que havia fugitivos nazistas?
Na América do Sul, e vou trazer só dois exemplos, o Mossad, a agência de inteligência e Operações Especiais de Israel, identificou Hebert Cukurs, em São Paulo, e Adolf Eichmann, na Argentina.
Bem, por falar na década de 60, um livro precisa ser lembrado: “Inferno em Sobibor”, do Stanisław Szmajzner.
Nesse livro, Szmajzner conta os detalhes do dia a dia do campo, a atuação do Franz Wagner, as torturas...
Wagner era conhecido como a besta de Sobibor. Um homem que tinha nas costas a acusação de ter colaborado com o assassinato de mais de 200 mil pessoas, em especial judeus, ciganos, homossexuais, pessoas com deficiências físicas, mentais (...)
Gustav Franz Wagner era extremamente violento. Há muitos relatos de sobreviventes que ele torturava prisioneiros até a morte. Gostava de plateia. Gostava de ser visto em ação. Uma vez um jovem, com cerca de 15 anos, não entendeu que ele estava chamando. Isso foi o suficiente para ser surrado até não poder mais. Tinha prazer nisso.
Wagner gostava de ver as câmaras de gás funcionando. Em Sobibor, esse carrasco chegou em 1942 e logo se tornou um tipo de RH do mal: ele selecionava quem iria trabalhar forçadamente e quem iria ser assassinado. E, claro, acompanhava.
É sobre esse cidadão que estou escrevendo. Ele fugiu para o Brasil e se estabeleceu em Atibaia. Vida de casado, trabalhando como caseiro, livre, leve e solto.
Aperte o play para entender os detalhes dessa história, que envolve STF, DOPS, fake news e Atibaia (óbvio):
THIAGO GOMIDE é jornalista e pesquisador. Foi apresentador e editor do Canal Futura e da MultiRio, ambos dedicados à educação. Escreveu e dirigiu o documentário "O Acre em uma mesa de negociação". Além de ser o responsável pelo conteúdo do Tá na História, atualmente edita e apresenta o programa A Rede, na Rádio Roquette Pinto ( 94,1 FM - RJ).
A proposta do Tá na História é oferecer conteúdos que promovam conhecimento sobre personagens e fatos históricos, principalmente do Brasil. Tudo isso, claro, com bom humor e muita curiosidade.
Imagem: Bossanoven, via Wikimedia Commons