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A incrível história da jovem que sobreviveu 11 dias na Amazônia após um acidente de avião

O assento de Juliane Koepcke foi arremessado para fora da aeronave e ela caiu de uma altura de 3,2 mil metros em plena floresta
Por History Channel Brasil em 09 de Agosto de 2023 às 14:53 HS
A incrível história da jovem que sobreviveu 11 dias na Amazônia após um acidente de avião-0

Em 1971, a adolescente Juliane Koepcke foi protagonista de uma incrível história de sobrevivência e determinação na Amazônia peruana. Na véspera de Natal daquele ano, ela e sua mãe estavam a bordo de um avião que caiu na floresta. Milagrosamente, a jovem de 17 anos conseguiu sobreviver a uma queda de 3,2 mil metros de altura enquanto estava presa a seu assento que havia sido arremessado para fora da aeronave.  

Sozinha na floresta

Juliane nasceu em Lima, Peru, em 10 de outubro de 1954, filha de dois biólogos alemães, Hans-Wilhelm Koepcke e Maria Koepcke. Ela cresceu cercada pela natureza e tinha um profundo interesse por animais e plantas. A família vivia no país sul-americano estudando a flora e fauna da região.

Naquela fatídica véspera de Natal, Juliane e sua mãe embarcaram em um voo da companhia aérea LANSA que estava indo de Lima para Pucallpa, uma cidade na selva peruana. Durante o voo, o avião enfrentou uma forte tempestade e foi atingido por um raio, se partindo no ar. Juliane, que estava sentada ao lado de sua mãe, foi lançada para fora do avião enquanto estava presa à sua cadeira pelo cinto de segurança. Apesar dos ferimentos provocados pela queda, a jovem conseguiu sobreviver.

Sozinha na selva, Juliane enfrentou desafios extraordinários. Ela tinha uma clavícula quebrada, cortes profundos nas pernas e havia perdido seus óculos. A jovem procurou outros sobreviventes, principalmente sua mãe, mas não achou ninguém. Juliane também não encontrou os destroços da aeronave, nem malas, apenas um saco de balas de frutas.

Juliane logo percebeu que precisava sair daquele local para sobreviver: as copas das árvores eram tão densas que ela não poderia ser localizada por aviões de busca. Usando apenas um vestido e calçando uma única sandália no pé, ela saiu andando e logo se deparou com um pequeno riacho. Ela decidiu segui-lo, na esperança que esse curso d'água se tornasse maior e desembocasse em um rio.

No quarto dia de sua caminhada, ela se assustou ao encontrar três corpos de vítimas do acidente. Dois dias depois, ela se deparou com um grande rio. No décimo dia, ela achou que estava tendo uma alucinação quando viu um barco ancorado em suas águas. 

Então, ela seguiu por um caminho na selva e encontrou uma cabana, um motor de popa e um litro de gasolina. "Eu tinha uma ferida na parte superior do braço direito. Estava infestado de larvas com cerca de um centímetro de comprimento. Lembrei que nosso cachorro estava com a mesma infecção e meu pai colocou querosene nele, então suguei a gasolina e coloquei na ferida", disse ela.

Juliane Koepcke em 2019
Juliane Koepcke em 2019 (Imagem: Cancillería del Perú (CC BY-SA 2.0), via Wikimedia Commons)

Na manhã seguinte, após 11 dias na selva, Juliane foi finalmente encontrada por lenhadores locais, que a levaram para uma vila próxima. Ela foi eventualmente resgatada e levada de volta à civilização, onde recebeu tratamento médico adequado para seus ferimentos. Mais tarde ela soube que sua mãe morreu no acidente (junto com outros 90 passageiros). Assim como seus pais, Juliane passou a estudar biologia e antropologia, focando em áreas relacionadas à Amazônia, e mais tarde se tornou uma cientista renomada.

Fontes
BBC e Insider
Imagens
iStock