Jardim do imperador Calígula é encontrado por acaso perto da Cidade do Vaticano
Trabalhadores da construção civil na Itália descobriram um jardim de dois mil anos que remete ao Império Romano. Os pesquisadores acreditam que ele pertenceu ao imperador romano Calígula. As ruínas foram encontradas perto da Cidade do Vaticano durante as obras de um novo viaduto na Piazza Pia às margens do rio Tibre, que atravessa Roma.
Cano de chumbo
Ao remover os escombros, os arqueólogos encontraram um cano de água de chumbo com a inscrição: "C(ai) Cæsaris Aug(usti) Germanici." Os pesquisadores identificaram que o nome se referia a Caio César Augusto Germânico, mais conhecido como Calígula, apelido que ele recebeu na infância pelos soldados de seu pai.
Com base nessa inscrição, os pesquisadores acreditam que o jardim provavelmente pertenceu a Calígula. O infame imperador romano, que assumiu o trono em 37 d.C., era conhecido por sua liderança tirânica e sádica, humilhando frequentemente seu senado. Em 41 d.C., a Guarda Pretoriana, que deveria protegê-lo, acabou assassinando o imperador.
Essa conclusão é reforçada por um trecho do antigo texto "Sobre a Embaixada a Caio," escrito pelo filósofo egípcio Fílon de Alexandria. Ele descreve como Calígula se encontrou com um representante dos judeus que viviam em Alexandria, Egito, em um grande jardim ao longo do Tibre. Nesse período, havia uma crise entre os judeus alexandrinos e a população greco-alexandrina, marcada por violência e intolerância religiosa. No entanto, Calígula rejeitou os pedidos dos judeus por autonomia religiosa, apoiando os gregos.