Joyeuse, a lendária espada medieval que teria pertencido a Carlos Magno

A espada Joyeuse é uma lenda entre as relíquias da Idade Média, um artefato envolto em mistério e poder. Acredita-se que ela pertenceu a Carlos Magno, um dos mais emblemáticos líderes da história europeia. Sua história se mescla com a mitologia e a história, resultando em um verdadeiro conto de heroísmo e magia que causa fascínio até hoje.

Poderes místicos

A Joyeuse (palavra que pode ser traduzida para "joiosa", "alegre" ou "festiva") é descrita nas crônicas como uma arma extraordinária, que teria sido forjada com habilidade inigualável pelo ferreiro Galas em 802 d.C. Sua lâmina, afiada como um raio de sol, era capaz de cortar armaduras e desafiar qualquer oponente. De acordo com a crença, a própria espada (imbuída de poderes místicos) escolhia seu portador, abençoando-o com coragem e força.

Carlos Magno, rei dos francos e imperador do Sacro Império Romano, teria empunhado a Joyeuse em suas campanhas militares, tornando-a um símbolo de sua autoridade e conquistas. Reza a lenda que a espada possuía propriedades mágicas que garantiam a vitória em batalha para aquele que a empunhasse com justiça e coragem. Seus feitos lendários foram registrados em poemas épicos e canções, inspirando gerações de guerreiros e heróis.

Não existem registros históricos sobre o que aconteceu com a Joyeuse após a morte de Carlos Magno, em 814 d.C. No entanto, em 1270 d.C., uma espada identificada como a Joyeuse foi utilizada na cerimônia de coroação do Rei Francês Filipe, o Audaz, que ocorreu na Catedral de Reims, na França. Usada nas coroações de outros reis, a espada foi mantida no mosteiro de Saint-Denis, onde permaneceu sob a proteção dos monges até pelo menos 1505.

A Joyeuse foi transferida para o Museu do Louvre em 5 de dezembro de 1793, após a Revolução Francesa. Ela foi usada pela última vez por um rei francês em 1824, na coroação de Carlos X.

Ainda exibida no Louvre, a Joyeuse teve várias partes adicionadas ao longo dos séculos de uso como espada de coroação. Mas, essencialmente, consiste em uma lâmina medieval do tipo XII de Oakeshott, datada principalmente do século X. Segundo o historiador britânico Martin Conway, a lâmina pode datar do início do século IX, sugerindo que era de fato a espada de Carlos Magno. Mas alguns estudiosos acreditam que a lâmina medieval pode ter sido substituída por uma réplica moderna em 1804, quando a espada foi preparada para a coroação de Napoleão.