Leite: alimento perigoso ou fundamental para a vida humana?
O relacionamento dos humanos com o consumo de leite é cheio de altos e baixos. Nos primórdios da civilização, o produto de origem animal era visto como perigoso, já que estragava muito rapidamente. Durante grande parte da história, o alimento não era ingerido puro, mas em forma de iogurte, manteiga ou queijo.
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No livro Milk! A 10,000-Year Food Fracas (“Leite, um conflito alimentício de 10.000 anos”, em tradução livre), o pesquisador norte-americano Mark Kurlansky aborda as controvérsias envolvendo a trajetória do alimento. O autor enfatiza que o produto é tão importante para os humanos que a nossa galáxia é chamada de Via Láctea, ou Caminho de Leite, em latim (a própria palavra "galáxia" também significa "ciclo do leite", em grego).
Mas a posição central que o leite atingiu em nossa cultura demorou para ser consolidada. Ele só se popularizou de verdade após lentas mudanças de costumes sociais e com o aprimoramento das tecnologias que permitiam sua conservação. No século XIX, com a revolução industrial, o preço do leite despencou após o surgimento de máquinas de ordenha. Assim, a população em geral teve mais acesso ao alimento. A criação dos refrigeradores também pesou nesse sentido.
Mas o consumo do leite só se tornou realmente seguro após a invenção da pasteurização. Criado em 1864 pelo cientista francês Louis Pasteur, o processo é utilizado para destruir microrganismos patogênicos em alimentos. Esse avanço científico melhorou a qualidade de vida dos humanos, ao permitir que o leite pudesse ser transportado sem sofrer decomposição. No século XX, após fortes campanhas publicitárias dedicadas a enaltecer as propriedades nutritivas desse alimento, o leite cru ganhou um lugar de honra nas mesas ocidentais.
Fonte: Smithsonian.com
Imagem: Shutterstock.com