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Livro dos Mortos: bandagem de múmia dividida em dois continentes revela texto perdido

Pesquisadores montaram um quebra-cabeças milenar ao juntar partes de tecido de linho
Por History Channel Brasil em 07 de Outubro de 2021 às 11:39 HS
Livro dos Mortos: bandagem de múmia dividida em dois continentes revela texto perdido-0

Ao juntar as partes do tecido que envolvia uma múmia de quase 2300 anos, pesquisadores de dois continentes diferentes conseguiram montar as peças de um quebra-cabeças milenar. Para surpresa dos estudiosos, as bandagens completavam um texto perdido do Livro dos Mortos. Esses escritos tinham grande importância espiritual para os antigos egípcios.

Os dois fragmentos de linho que envolviam a múmia estavam armazenados em locais muito distantes um do outro. Um deles pertence ao acervo do Museu de Antiguidades Clássicas de Teece da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia. O outro, é mantido no Instituto Getty, nos Estados Unidos.

A descoberta foi feita depois que o fragmento da Nova Zelândia foi catalogado online. Quando historiadores do Instituto Getty, em Los Angeles, viram a imagem digital, perceberam que possuíam um pedaço semelhante daquela mortalha que se encaixava perfeitamente. Juntas, as peças retratam cenas e feitiços do Livro dos Mortos.

Fragmentos do tecido que envolvia a múmia
Fragmentos do tecido que envolvia a múmia

Segundo Alison Griffith, especialista em arte egípcia da Universidade de Canterbury, o texto é grafado em escrita hierática egípcia e data do ano 300 a.C., aproximadamente. “Há uma pequena lacuna entre os dois fragmentos, no entanto, a cena faz sentido, assim como o feitiço, e o texto deixa isso claro. É incrível juntar fragmentos remotamente”, disse ela. 

O Livro dos Mortos, elaborado pelos antigos egípcios, tinha como finalidade servir com um guia para a vida após a morte. Nos escritos, são encontrados uma série de sortilégios mágicos que ajudariam os mortos a passar pelo julgamento de Osíris, auxiliá-los em sua jornada pelo mundo subterrâneo e migrar para outra vida. No início, os egípcios grafavam os textos nas paredes das tumbas, no entanto, em períodos posteriores, eles passaram a registrar os escritos no linho usado para embrulhar os corpos mumificados.

Fontes
La Nación e Universidade de Canterbury
Imagens
Museu Getty/CC BY 4.0 e Universidade de Canterbury/Divulgação