Mansa Musa: a incrível história da pessoa mais rica de todos os tempos

Mansa Musa, o lendário governante do Império do Mali, é frequentemente apontado como a pessoa mais rica de todos os tempos. Enquanto bilionários modernos disputam a posição de maior fortuna, a riqueza incomparável de Musa transcende qualquer estimativa contemporânea. Seu império floresceu durante o século XIV, impulsionado por abundantes recursos naturais como ouro e sal, em uma época em que a Europa enfrentava crises econômicas e sociais.

Impacto profundo

Musa assumiu o trono em 1312, após a misteriosa expedição de seu antecessor, Abu-Bakr II, rumo ao Atlântico. Sob sua liderança, o Império do Mali expandiu-se por vastas regiões da África Ocidental que se tornaram centros culturais e econômicos de destaque. Sua administração promoveu não apenas o crescimento territorial, mas também a prosperidade de sua população.

Em 1324, o mundo testemunhou a magnitude de sua fortuna durante sua peregrinação a Meca. A jornada, de cerca de 6.400 km, foi marcada por um cortejo imenso, com dezenas de milhares de seguidores, camelos e cavalos carregados com centenas de quilos de ouro. Musa impressionou as regiões por onde passou, deixando um impacto profundo, especialmente no Egito.

Ao chegar ao Cairo, Musa relutou em encontrar-se com o sultão al-Malik al-Nasir, preferindo evitar as formalidades do protocolo real. "Percebi que a audiência era repugnante para ele, porque seria obrigado a beijar o chão e a mão do sultão", disse um homem chamado emir Abu, conforme registros históricos. Após negociações, Musa cedeu e cumprimentou o sultão de maneira respeitosa, marcando o encontro com demonstrações de sua generosidade.

Sua generosidade, porém, teve consequências inesperadas. Musa distribuiu tanto ouro no Egito que provocou uma desvalorização da moeda, causando uma crise econômica que levou mais de uma década para ser superada. Apesar disso, sua passagem também trouxe benefícios culturais e comerciais às regiões visitadas.

Ao longo de sua jornada, Musa adquiriu territórios como Gao e investiu em projetos ambiciosos. Timbuktu, por exemplo, transformou-se em um centro de aprendizado e fé, com a construção de escolas, universidades e templos, incluindo a famosa mesquita Djinguereber, que permanece ativa há mais de 500 anos.

O impacto de Mansa Musa ultrapassou os limites do continente africano. Após sua morte, entre 1332 e 1337, sua lenda foi perpetuada por gerações.