Manuscritos de Galileu Galilei foram usados para embrulhar mortadela
Na primavera de 1739, o intelectual italiano Giovan Battista Clemente Nelli se deparou com uma descoberta incrível envolvendo um dos maiores gênios da história. Após fazer compras em uma mercearia, ele percebeu que a mortadela que havia adquirido estava embrulhada em uma carta escrita por ninguém menos que Galileu Galilei. Mas como o documento teve esse fim?
Papel de embrulho
Após a morte de Galileu, em 1662, Vincenzo Viviani, um dos últimos discípulos do astrônomo, assumiu a tarefa de recolher o maior número possível de obras do mestre para preservá-las. Viviani morreu em 1703, deixando a casa onde os documentos estavam guardados ao sobrinho, o abade Jacopo Panzanini, que morreu em 1773. Achando que o material não tinha valor, os herdeiros dele venderam os documentos históricos como papel de embrulho para comerciantes que não faziam ideia do que estavam adquirindo.
Foi assim que a mortadela comprada por Clemente Nelli acabou embrulhada no manuscrito de Galileu. Após limpá-lo e guardá-lo da melhor forma possível, o intelectual correu e voltou até a local onde comprou o produto. Lá, ele adquiriu do comerciante todos os escritos que estavam com ele naquele momento e perguntou de onde vinha o material.
Algum tempo depois, Nelli descobriu que os textos estavam sendo vendidos pelos sobrinhos-netos de Panzanini e, no ano de 1750, adquiriu todo o restante do precioso tesouro de Galileu. Após a morte de Nelli, o material passou a ser abrigado nos Arquivos de Florença. Ninguém sabe quantos documentos históricos foram perdidos ao serem usados como papel de embrulho.