Melhor ser rápido que atraente: como as fêmeas escolhem seus parceiros
Um estudo feito recentemente por Mike Ryan e Amanda Lea, biólogos da Universidade do Texas, chega a uma conclusão surpreendente com relação à teoria da seleção sexual. Analisando o comportamento de rãs, eles puderam notar que os modelos de escolha racional não são tão eficazes como se imaginava: elas demonstraram que, diante da urgência, nem sempre escolhem a opção mais atraente para o acasalamento.
O artigo, publicado pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), explica que o modelo segundo o qual as fêmeas escolhem seu parceiro reprodutivo pela atratividade já não serve mais para explicar as decisões em âmbitos de acasalamento socialmente complexos. O experimento foi realizado com 80 rãs, que foram confrontadas com diferentes chamados de espécies machos. Os cientistas disseram que a preferência variava se as fêmeas tinham que escolher entre duas opções, ou se aparecia uma terceira opção, o que precipitava a escolha por um dos machos que anteriormente não tinha se mostrado muito atraente.
Para os autores, isso mostra que as decisões racionais poderm levar muito tempo, ameaçando a oportunidade de se acasalar e aumentado o risco de exposição a depredadores; por isso, esse já não é mais o método ideal em situações sociais complexas. O estudo reflete a importante influência do contexto na escolha do companheiro sexual e, já que esse efeito também foi evidenciado em humanos, implicaria que a irracionalidade vinculada à sexualidade pode ter raízes biológicas.
Fonte:ABC
Imagem: Pablo Jacinto Yoder/Shutterstock.com