Mistério do som detectado no local onde está o Titanic é desvendado após 26 anos
Em 1996, ao usar um sonar no local de naufrágio do Titanic, o explorador marítimo P.H. Nargeolet captou um estranho bipe que vinha de lá. O som refletido indicava que havia alguma coisa naquela área, mas durante mais de 20 anos não se sabia o que era. Agora, uma nova expedição ao local finalmente desvendou esse mistério.
Biodiversidade
Nargeolet mais uma vez participou da investigação. Devido à intensidade do bipe, ele acreditava que o que havia no local eram os destroços de outro naufrágio. Mas o que o som refletia era algo muito diferente: um recife rochoso, composto por várias formações vulcânicas, e que abriga uma grande biodiversidade, incluindo lagostas, peixes de águas profundas, esponjas e várias espécies de corais que podem ter milhares de anos (veja no vídeo abaixo).
“Esta descoberta vai melhorar a forma como pensamos sobre a biodiversidade do abismo. As formações vulcânicas aparentemente basálticas são notáveis, e ficamos surpresos com a diversidade e densidade das esponjas, corais (...), lagostas e peixes que florescem a 2.900 metros de profundidade no Oceano Atlântico Norte", disse Steve W. Ross, professor do centro de ciências marinhas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e cientista-chefe da OceanGate, entidade que organizou a expedição.
“Descobrir este ecossistema anteriormente desconhecido também oferece uma oportunidade de fazer uma comparação com a biologia marinha em torno do Titanic", afirmou Ross. "A variedade de formas de vida, concentração de vida e os ecossistemas em geral podem diferir entre o recife artificial profundo formado no Titanic e este recife oceânico profundo natural recém-revelado. As semelhanças e diferenças nos ajudarão a entender melhor nossos ambientes de águas profundas", completou.