Múmia grávida: pesquisadores reconstroem o rosto da “dama misteriosa” descoberta no Egito
Mais de dois mil anos após sua morte, uma equipe científica forense conseguiu reconstruir virtualmente o rosto da primeira múmia egípcia grávida. Graças a uma combinação de técnicas digitais foi possível revelar a aparência da mulher, supostamente falecida durante a 28ª semana de gestação.
“Dama misteriosa”
Conhecida como “dama misteriosa”, a múmia foi descoberta em Luxor e levada para a Polônia, onde desde 1826 faz parte do acervo do Museu Nacional de Varsóvia. Como em seu sarcófago estava gravado o nome de um sacerdote chamado Hor-Djehuty, por mais de um século acreditou-se que os restos mortais eram de um homem. Mas, em 2021, exames de tomografia computadorizada revelaram que os restos mortais eram de uma mulher grávida.
We present to you the #MysteriousLady #pregnantmummy!!!
— Warsaw Mummy Project - Human Remains (@warsaw_mummy) November 8, 2022
1. Facial reconstruction by Hew Morrison. #Warsawmummyproject@MuzeumSlaskie exhibition@Muzeum_Narodowe@UniWarszawski@Reikon_official@AffideaGroup@AffideaPolska@GEHealthcare @greygroup @AP @ReutersScience @Reuters pic.twitter.com/uy8KcXFrG1
Agora, ela teve face revelada em um novo estudo pelo Projeto Múmia, liderado pela antropóloga forense Chantal Milan. "Reconstruir o rosto de um indivíduo a partir de seu crânio é considerado um último recurso para estabelecer quem ele era. Também pode-se usar em um contexto arqueológico e histórico para mostrar como eram as pessoas antigas ou as personalidades famosas do passado”, disse Hew Morrison, outro dos especialistas que trabalhou na reconstrução do rosto da múmia.
We present to you the #MysteriousLady #pregnantmummy!!!
— Warsaw Mummy Project - Human Remains (@warsaw_mummy) November 8, 2022
2. Facial reconstruction by Chantal Milani. #Warsawmummyproject@MuzeumSlaskie exhibition@Muzeum_Narodowe@UniWarszawski@Reikon_official@AffideaGroup@AffideaPolska@GEHealthcare @greygroup @AP @ReutersScience @Reuters pic.twitter.com/MsQF4A5qXV
Finalmente, Wojciech Ejsmond, arqueólogo da Academia de Ciências da Polônia, afirmou que geralmente as pessoas percebem as múmias do Antigo Egito como curiosidades e tendem a esquecer que algum dia elas foram pessoas vivas que tiveram suas próprias vidas, amores e tragédias individuais. "Os especialistas forenses proporcionam rostos para os dados científicos, e a pessoa deixa de ser uma curiosidade anônima […]. Então, por um lado, estamos, digamos ‘reumanizando’ os dados científicos e, por outro lado, cumprindo o desejo dessas pessoas de não serem anônimas e esquecidas”, concluiu.