Múmias do Deserto Atacama revelam segredo terrível sobre o passado da região
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Ao analisar múmias encontradas no Deserto do Atacama, uma equipe de arqueólogos encontrou evidências de de uma onda de extrema violência que teve como palco aquela região do Chile. Para chegar a essa conclusão, os especialistas estudaram os restos mortais de 194 pessoas que viveram lá entre os anos 1000 a.C. e 600 d.C. O estudo foi publicado no periódico científico Journal of Anthropological Archaeology.
Desenvolvimento da agricultura
Mas quais foram as causas desse comportamento violento? O estudo sugere que o desenvolvimento da agricultura (que levou a assentamentos permanentes, picos populacionais, conflitos territoriais e desigualdade social) mudou completamente a forma como as comunidades interagiam entre si. Isso teria desencadeado uma onda de “tensões sociais, conflitos e violência”.

O estudo indicou que os traumas foram resultantes de intensas lutas. Segundo os pesquisadores, entre as vítimas, não havia distinção entre os sexos, uma vez que a violência era exercida tanto sobre homens quanto sobre mulheres. Entre os esqueletos analisados, havia uma mulher que foi tão torturada que a sua boca mudou de posição.
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A pesquisa revela ainda que a violência começou a diminuir com o passar do tempo. Os cientistas descobriram que no período tardio (1 a 600 d.C.), a frequência de agressões caiu pela metade em relação ao período inicial (600 a.C. a 1 d.C.). "Talvez o surgimento de práticas sociais regulando os conflitos de direitos de propriedade tenha ajudado a conter a violência", diz o estudo.