O brutal castigo que a Legião Romana aplicava a traidores, desertores ou covardes
O exército romano foi um dos maiores e mais poderosos da história. Os corpos de infantaria pesada, mais conhecidos como “Legiões Romanas”, eram temidos por onde passavam. No entanto, os soldados que não cumprissem as ordens de superiores ou desertavam em uma batalha, eram condenados a um castigo brutal chamado decimatio.
"Remoção de um décimo"
O castigo era geralmente usado para punir grupos de soldados acusados de covardia, motim, deserção ou insubordinação. A prática também tinha o objetivo de pacificar legiões rebeldes. A palavra decimatio é derivada do latim e significa "remoção de um décimo".
O castigo consistia em isolar a legião amotinada e dividi-la em grupos de dez soldados. Dentro de cada grupo, havia um sorteio para definir quem deveria ser punido. Pedaços de palha eram distribuídos aos soldados, e quem pegasse o menor era castigado pelos nove remanescentes. O condenado de cada grupo era massacrado até a morte pelos companheiros a pedradas ou golpes de porrete, prática conhecida como fustuarium.
Os outros nove ganhavam ração de cevada no lugar de trigo e recebiam um castigo menor, a céu aberto, no acampamento dos soldados. A punição chegava ao fim quando os superiores considerassem que as ofensas haviam sido devidamente repreendidas. A decimatio não era aplicada somente em legionários, mas também em centuriões e suboficiais.
A mais antiga decimatio documentada ocorreu em 471 a.C. durante as primeiras guerras da República Romana contra os Volscos e foi registrada pelo historiador Tito Lívio. Júlio César ameaçou aplicar o castigo à 9ª Legião durante a Segunda Guerra Civil (entre 49 a.C. e 45 a.C.), mas nunca o fez. Plutarco relatou que Marco Antônio castigou soldados dessa forma durante a guerra contra o Império Parto (40-33 a.C). A decimatio continuou a ser praticada após o início do Império Romano, em 27 a.C., mas tornou-se muito incomum.