Os autores e livros banidos durante o regime nazista na Alemanha
A cultura era um dos principais pontos estratégicos da Alemanha nazista. Adolf Hitler e seu ministro da propaganda, Joseph Goebbels, acreditavam que palavras e imagens eram armas potentes que poderiam ser usadas para conquistar o povo. Ao mesmo tempo em que promoviam formas de arte consideradas heroicas e nacionalistas, eles também condenavam obras classificadas como subversivas e "não-alemãs". Assim, milhares de livros foram banidos e queimados no país.
Em 10 de maio de 1933, Goebbels organizou a queima pública de livros proibidos durante uma cerimônia na Ópera de Berlim. A ação teve como principal alvo trabalhos escritos por autores judeus, pacifistas, religiosos, liberais, anarquistas, socialistas e comunistas. Mais de 25 mil obras foram jogadas em uma fogueira naquele dia.
Livros de dezenas de escritores foram destruídos. Entre as obras banidas pelos nazistas estavam O Manifesto Comunista (Karl Marx), A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra (Friedrich Engels), A Metamorfose (Franz Kafka), O Sol Também se Levanta (Ernest Hemingway), A Teoria da Relatividade Especial e Geral (Albert Einstein), O Estado e a Revolução (Vladimir Lênin), A História da Revolução Russa (Leon Trotsky), O Homem Sem Qualidades (Robert Musil) e até mesmo Bambi (Felix Salten), visto pelos nazistas como "uma alegoria política do tratamento aos judeus da Europa".
Até o fim do regime, foram proibidos cerca de cinco mil títulos de autores como Thomas Mann, Émile Zola, Helen Keller, Marcel Proust, Sigmund Freud, HG Wells, Jack London, Oscar Wilde, Wilhelm Reich, Aldous Huxley, F. Scott Fitzgerald, John Dos Passos, Walter Benjamin e André Gide. A queima de livros representou o ápice da perseguição a autores cujas ideias e opiniões eram vistas como oposição à ideologia nazista.
Fontes: Deutsche Welle e The Independent
Imagens: Museu do Holocausto dos Estados Unidos/Domínio Público, via Wikimedia Commons