Inicio

Os homens podem amamentar?

Por History Channel Brasil em 23 de Março de 2017 às 18:41 HS
Os homens podem amamentar?-0

Existem casos surpreendentes de homens que amamentaram, mas a razão disso é bem estranha!

Vídeo relacionado:

A evolução do corpo humano deixou componentes que poderiam ser considerados inúteis (como os dentes do siso, os músculos ligados aos nossos ouvidos ou os mamilos masculinos). No entanto, quanto a esses últimos, ao que tudo indica, eles podem estar aí simplesmente para cumprir uma função de emergência: amamentar.

Por mais estranho que pareça, há casos documentados de homens que foram capazes de produzir leite. O primeiro registrado data de 1896, no compêndio Anomalies and Curiosities of Medicine, no qual, George Gould e Walter Pyle relataram o caso de um missionário sul-americano que amamentou seus filhos porque sua mulher estava doente. Em 2002, conheceu-se o caso de um homem do Sri Lanka de 38 anos que havia alimentado suas duas filhas após a morte de sua esposa. Outros casos documentados correspondem a sobreviventes dos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial, que, depois de terem passado fome por vários meses, começaram a lactar quando receberam alimentos adequados às suas necessidades.

A antropóloga Dana Raphael realizou um estudo nos anos 70 no qual afirma que os homens poderiam induzir a lactação apenas ao estimular seus mamilos. O endocrinologista Robert Greenblatt, do Medical College of Georgia, defendeu o estudo acrescentando que, para isso, era necessário um pico do hormônio prolactina, necessário para a produção de leite. Esse hormônio é encontrado em uma proporção quase duas vezes maior nas mulheres não grávidas que em homens e pode chegar a ser dez vezes maior após o parto.

Uma possível explicação para a lactação masculina, dada pelos especialistas, baseia-se no fato de que a prolactina é metabolizada pelo fígado, o qual ajuda a regular sua concentração no corpo. Se o fígado não funciona corretamente, níveis anormalmente elevados desse hormônio podem se acumular. No caso dos prisioneiros de guerra, os especialistas acreditam que a privação e o estresse teriam interferido no fígado e em certas atividades hormonais. Uma vez libertados, o fígado demorou mais tempo para se recuperar que as glândulas produtoras de hormônios, gerando concentração de prolactina.


Fonte: Gizmodo
Imagem: Shutterstock