Pegadas descobertas na Grécia podem mudar história da origem da humanidade
Pegadas misteriosas encontradas na ilha grega de Creta podem mudar o que se sabe sobre a origem da humanidade. As marcas de pés teriam sido deixadas por hominídeos há cerca de 6 milhões de anos. Isso significa que elas são dois milhões de anos mais velhas do que os vestígios mais antigos de antepassados humanos conhecidos até agora.
Novo berço da humanidade?
A descoberta é o tema de um estudo internacional liderado por pesquisadores da Universidade de Tübingen, na Alemanha, e publicado no periódico Scientific Reports. Antes da datação das pegadas de Creta, os mais antigos registros de um hominídeo pertenciam ao Australopithecus afarensis, espécie a qual pertence Lucy, um dos ancestrais mais famosos da humanidade. O fóssil dela, encontrado na Etiópia, tem idade estimada de 3,5 milhões de anos.
Por terem seis milhões de anos, as pegadas analisadas pelos pesquisadores podem colocar em xeque a teoria de que a humanidade se originou na África antes de se espalhar pelo mundo. Isso porque elas indicam que hominídeos já viviam na Eurásia muito antes do que se imaginava. "A datação das pegadas cretenses lança uma nova luz sobre a evolução inicial da migração humana nos tempos pré-históricos", disse Uwe Kirscher, coauator do estudo.
Há seis milhões de anos, Creta era conectada ao continente grego através do Peloponeso. "Não podemos descartar uma conexão entre quem deixou as pegadas e o possível grupo pré-humano Graecopithecus freybergi", disse a professora Madelaine Böhme. Anteriormente, essa pesquisadora da Universidade de Tübingen havia liderado um estudo sobre essa espécie previamente desconhecida que teria vivido há sete milhões de anos. A descoberta das pegadas pode reforçar a tese levantada por ela, de que a linha evolutiva dos pré-humanos ocorreu mais cedo do que se imaginava, e não na África, mas no leste do Mediterrâneo.