Percy Fawcett, o explorador que desapareceu no Brasil e inspirou Indiana Jones
Uma das maiores inspirações para a criação do intrépido herói Indiana Jones, o arqueólogo mais famoso do cinema, foi o explorador britânico Percy Fawcett. Com seus olhos azuis, barba bem cuidada e inseparável chapéu, o aventureiro ficou mundialmente famoso por suas expedições de desbravamento da América do Sul no início do século XX. Mas uma dessas viagens teve um fim trágico: ele desapareceu no Brasil enquanto buscava a lendária cidade de "Z," em 1925.
Fama mundial
Nascido em 18 de agosto de 1867, em Torquay, Inglaterra, Percy Harrison Fawcett se alistou no Exército Real Britânico na juventude, participando de diversas missões pelo mundo. Nesse período, ele atuou como artilheiro no Sri Lanka, serviu na Primeira Guerra Mundial e executou um trabalho ultrassecreto como espião no Marrocos. Ele ficou mais famoso por suas expedições cartográficas à Amazônia, lugar que ele chamava de “o último grande espaço em branco do mundo”.
A partir de 1906, Fawcett se aventurou em territórios previamente desconhecidos no Brasil e na Bolívia, onde se esquivou de cobras venenosas e fez contato com tribos nativas hostis. Suas façanhas ganharam manchetes em todo o mundo e lhe renderam uma medalha de prestígio da Royal Geographical Society. Seus feitos até inspiraram Sir Arthur Conan Doyle (o criador de Sherlock Holmes) a escrever o romance “O Mundo Perdido" (1912).
A expedição mais conhecida de Fawcett aconteceu em 1925. Ele partiu com seu filho Jack Fawcett, um amigo chamado Raleigh Rimell e dois trabalhadores brasileiros em busca da mítica cidade de Z. A cidade perdida era uma lenda há séculos, atraindo a imaginação de exploradores, conquistadores e historiadores. Acreditava-se que o local fosse repleto de ouro e outras riquezas, um paraíso escondido em algum lugar das profundezas da floresta amazônica.
No dia 29 de maio daquele ano, Fawcett e sua equipe chegaram a um local chamado Campo do Cavalo Morto, no Mato Grosso. Lá, após dispensar seus companheiros brasileiros, ele escreveu sua última carta para sua esposa Nina. Na mensagem, ele dizia: "Esperamos atravessar esta região em poucos dias. (...) Você não precisa temer nenhum fracasso." Este foi o derradeiro contato do explorador de 58 anos.
Fawcett e sua equipe nunca foram encontrados. Enquanto a principal teoria sugere que os exploradores foram mortos por índios selvagens, existem outras especulações a respeito do que pode ter acontecido com eles. Algumas hipóteses apontam que eles foram vítimas de malária, morreram de fome ou foram atacados por onças. Seja qual for a verdade, o desaparecimento do grupo atiçou a imaginação de muita gente ao redor do mundo. Nos anos seguintes, milhares de aspirantes a aventureiros montaram missões de resgate e estima-se que até 100 pessoas acabaram morrendo enquanto procuravam por algum sinal dele na Amazônia.