Pesquisadores conseguem decifrar enigmático sistema de escrita milenar asiático
Um grupo de pesquisadores da Universidade de Colônia conseguiu decifrar um enigma que intrigava estudiosos há mais de setenta anos. Os linguistas foram capazes de traduzir um antigo sistema de escrita utilizado pelo Império Kushan, na Ásia Central, entre 200 a.C. e 700 d.C. Essa civilização desempenhou um papel fundamental na disseminação do budismo para o leste asiático e deixou para trás criações arquitetônicas e artísticas notáveis.
Mistério de décadas
Embora a existência da escrita desconhecida de Kushan fosse conhecida desde a década de 1950, quando foi descoberta por arqueólogos, ela permanecia indecifrada. Em 2022, foi encontrada uma inscrição bilíngue curta no Desfiladeiro de Almosi, no noroeste do Tajiquistão, apresentando tanto a escrita de Kushan quanto o idioma Bactriano, que já havia sido decifrado. Com isso, os linguistas da Universidade de Colônia, em colaboração com o arqueólogo tajique Dr. Bobomullo Bobomulloev, conseguiram decifrar parcialmente o antigo sistema de escrita.
A chave para a tradução foi a identificação do nome real Vema Takhtu, que aparecia tanto nas inscrições do Bactriano quanto nas da escrita de Kushan. Além disso, o título "Rei dos Reis", encontrado em seções correspondentes, confirmou ainda mais a natureza do texto. Por enquanto, os pesquisadores traduziram 60% da mensagem, portanto o significado preciso da mensagem ainda permanece desconhecido.
“Nossa decifração desta escrita pode ajudar a melhorar nossa compreensão da língua e da história cultural da Ásia Central e do Império Kushan, assim como a decifração dos hieróglifos egípcios ou glifos maias ajudaram nossa compreensão do antigo Egito e da civilização maia”, disse Svenja Bonmann, líder do estudo, foi publicado no periódico científico Transactions of the Philological Society.