Presidente do Haiti é assassinado a tiros dentro da residência oficial
Jovenel Moise, presidente do Haiti, foi assassinado nesta quarta-feira (7 de julho) em Porto Príncipe, capital do país. O político tinha 53 anos e foi morto a tiros em sua residência oficial. A esposa dele, Martine Moise, também foi alvejada e teve que ser hospitalizada.
Eleições anuladas
Segundo Claude Joseph, primeiro-ministro do Haiti, o presidente foi mortalmente ferido por um grupo de indivíduos não identificados, sendo que alguns deles falavam em espanhol. O crime aconteceu por volta da 1h do horário local. "Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do Estado e proteger a nação", afirmou Joseph.
Moise enfrentava prostestos desde antes de assumir a presidência, em 2017. Ele havia vencido as eleições dois anos antes, mas o pleito acabou sendo anulado após denúncias de fraude. Em 2016, novas eleições foram realizadas e ele foi declarado eleito.
Após assumir o mandato, Moise passou a considerar que teria direito a um mandato mais longo do que os cinco anos previstos pela Constituição (ele alegava que tinha direito a permanecer no poder mais tempo, pois teria vencido as eleições anuladas de 2015). Desde janeiro de 2020, o presidente governava por decreto, já que não houve eleições no Haiti nos últimos seis anos.
Nos últimos meses, a oposição exigia a renúncia de Moise. Em fevereiro deste ano, o presidente acusou seus adversários de tentar executar um golpe de estado. Mais de 20 pessoas foram presas, entre eles Ivickel Dabrésil, juiz do Tribunal de Cassação (maior instância da Justiça haitiana) e a inspetora geral da polícia nacional, Marie Louise Gauthier.
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Imagem: Governo do Haiti/Twitter